Mulher tinha visibilidade e não fez nada para evitar atropelamento

O laudo pericial de local de crime do atropelamento do estudante universitário Frederico Albuquerque Siqueira Correa da Costa, de 21 anos, apontou que a motorista tinha “plenas condições” de vê-lo na pista e nada fez para impedir a colisão.

 

O acidente aconteceu na madrugada do dia 2 de setembro na Avenida Beira Rio, em Cuiabá.

 

Conforme o laudo, a responsabilização pela causa do acidente deve ser atribuída à condutora do veículo.

 

Ela, conforme o documento, “tinha plenas condições de visualizar o pedestre na via, mas não realizou nenhuma ação no sentido de evitar o atropelamento, nem de reduzir a velocidade excessiva em que trafegava”, diz trecho.

 

Os peritos apontaram ainda que, apesar do acidente ter acontecido durante a madrugada, o local era bastante iluminado, não prejudicando, assim, a visibilidade do condutor ou do pedestre.

 

Frederico estava ao lado de um veículo estacionado e, conforme o documento, não cometeu nenhuma infração de trânsito, uma vez que “não adentrou à via de forma inadvertida ou inopinada”.

 

De acordo com o documento, ele estava parado no início da faixa de rolamento e, de onde estava, a motorista tinha totais condições de vê-lo a tempo de desviar o veículo para a faixa ao lado, que no momento da colisão estava livre.

 

O laudo foi elaborado pela Gerência de Perícias de Crimes de Trânsito e pela Gerência de Perícias em Áudio e Vídeo da Politec (Perícia Oficial de Identificação Técnica), e entregue na última quinta-feira (29) à Delegacia Especializada de Delitos de Trânsito (Deletran).

 

Detalhes da perícia de local do crime

 

O laudo partiu das análises dos vestígios no local do crime e próximo a ele, “evidenciando e materializando o crime”. Por meio desses vestígios foi possível compreender a dinâmica do acidente, bem como apontar a responsável.

 

Onde a colisão aconteceu, na Avenida Beira Rio, não havia sinais de que a motorista tivesse tentado frear o veículo, segundo o laudo.

 

O Honda City branco só parou cerca de 80 metros à frente de onde Frederico foi atropelado, fugindo logo em seguida sem prestar socorro à vítima.

 

No corpo do jovem, ainda no local do acidente, foram realizados exames para identificar as lesões externas. Foram analisadas as marcas de impacto, a cor e os danos causados nas roupas que ele vestia, por exemplo.

 

Onde a colisão aconteceu foram encontradas partes do retrovisor, da moldura do farol e do parachoque dianteiro. Neles foi possível identificar, além da cor, a marca do veículo – um Honda City branco.

 

Foi possível identificar o ponto em que Frederico bateu no asfalto depois de ser arremessada pelo carro, “bem como marcas de deslizamento até o ponto de repouso”.

 

“Do confronto e análise desses elementos materiais, foi possível aos peritos determinar a localização do sítio de atropelamento, dentro da faixa de rolamento da via”, diz trecho.

 

Durante a madrugada, o para-choque dianteiro, com a placa do veículo foi encontrado em uma das ruas do bairro vizinho e encaminhado pela delegacia para análise pericial.

 

Constatou-se que eles eram compatíveis com as peças e fragmentos coletados na cena do crime.

 

No para-choque havia vestígios de tecido na cor azul, que era compatível com a calça jeans que Frederico usava.

 

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