Desemprego e inflação pesam mais no voto dos mais ricos

O combate ao desemprego e à inflação lidera a lista de fatores considerados muito importantes para a decisão de voto para presidente no segundo turno entre pessoas de maior renda e escolaridade, mostra pesquisa Datafolha.

 

Já a manutenção do Auxílio Brasil em R$ 600 se destaca como mais importante para os mais pobres e menos escolarizados.

 

O instituto perguntou qual a importância que o entrevistado dá para diversos temas na hora de definir o voto, considerando uma nota de 1 (nada importante) a 5 (muito importante).

 

No geral, a redução do desemprego é apontada como tema muito importante para 82% dos eleitores. Esse percentual é de 75% entre aqueles com ensino fundamental, sobe para 84% na faixa com ensino médio e chega a 86% para quem tem ensino superior.

 

Por faixa de renda, o percentual começa em 79% para quem ganha até dois salários mínimos mensais (R$ 2.424), fica em torno de 85% nas faixas intermediárias de renda e vai a 88% para famílias na faixa acima de dez salários mínimos (R$ 12.120).

 

Também se destaca, nesse caso, os 85% entre pessoas de 16 a 34 anos.

 

A taxa de desemprego no Brasil recuou para 8,9% no trimestre até agosto, menor índice da série histórica comparável desde o período encerrado em agosto de 2015, mas ainda está acima dos pouco mais de 6% vistos há cerca de dez anos.

 

Inflação

 

Segundo o Datafolha, o combate à inflação é muito importante para o voto de 81% dos entrevistados na média geral. O percentual é de 77% para pessoas com ensino fundamental e chega a 84% para eleitores com curso superior.

 

O tema também se destaca entre eleitores na faixa de dois a dez salários mínimos de renda (cerca de 85%), grupo no qual o presidente Jair Bolsonaro (PL) está numericamente à frente de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na pesquisa de intenção de votos.

 

A inflação recuou nos últimos meses, o que é explicado por uma combinação de redução de tributos, queda de preços de commodities em reais e efeito da política monetária.

 

Auxílio Brasil

 

A manutenção do Auxílio Brasil no valor atual é apontada por 65% dos eleitores como muito importante na definição do voto, percentual que sobe para 72% nas faixas de ensino fundamental e renda até dois mínimos -aquelas que concentram a maior parte dos beneficiários. Na faixa mais alta de renda, está em 49%. Fica em 70% entre eleitores no Norte e Nordeste e em 60% no Sul e Centro-Oeste.

 

Questionados sobre quem tem mais condições de manter o auxílio nesse valor, o ex-presidente Lula supera Bolsonaro apenas entre os menos escolarizados, os que ganham até 2 salários mínimos e aqueles que recebem o benefício -faixas nas quais o petista se destaca na intenção geral de votos. No geral, o atual presidente aparece à frente do adversário nesse quesito (48% a 43%).

 

Para 50% dos que recebem o auxílio, Lula tem mais condições de manter o benefício em R$ 600, ante 42% que citam Bolsonaro. Para 49% dos que não recebem, Bolsonaro é o mais capaz, valor perto da média geral de 48%.

 

Nesta primeira rodada de pesquisa do segundo turno, o Datafolha ouviu 2.884 eleitores em 179 cidades, de quarta (5) a esta sexta-feira (7). Contratado pela Folha de S.Paulo e pela TV Globo, o levantamento está registrado no TSE sob o número BR-02012/2022 e tem margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou menos, considerando um nível de confiança de 95%.



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