“Países que liberaram estão com jovens mentalmente retardados”
Eleita deputada federal no último dia 2 de outubro com 60.304 votos, a Coronel Fernanda (PL) promete engrossar a bancada conservadora em Brasília, defendendo pautas da direita.
Uma de suas bandeiras será lutar contra uma eventual proposta de descriminalização das drogas. Conforme a futura parlamentar, países que tiveram a experiência de descriminalizar o consumo hoje sofrem com as consequências.
“Estão na miséria agora. Estão com problema sério de jovens mentalmente retardados, estão com problemas de violência, estão com problema de dificuldade de consciência”, afirmou.
Coronel Fernanda se posicionou favorável aos decretos do Governo Federal que facilitaram a aquisição de armas no Brasil, ainda que sejam de grosso calibre. “Eu acho que todos devem ter. Desde que eles tenham condições para isso”, disse.
Leia abaixo a entrevista:
MidiaNews – Mato Grosso elegeu quatro novatos para a Câmara Federal: a senhora, Amália Barros, Coronel Assis e Abílio. Não acha temeroso que tenhamos uma bancada tão inexperiente?
Coronel Fernanda – Eu acho que todos nós somos cidadãos, todos nós temos uma história de vida, todos temos um objetivo. Eu vou trabalhar pelos meus objetivos e acredito que eles também farão isso.
MidiaNews – Em todo o Brasil foi grande a quantidade de candidatos conservadores eleitos. A que a senhora atribui essa votação expressiva nestes candidatos?
Coronel Fernanda – A garantia que o presidente possa ter condições de governar o Brasil como o Brasil merece. Porque nesse primeiro mandato o presidente teve muitos problemas com a Câmara e quem perdeu foi a população. E com essa bancada toda em prol do presidente, com certeza o País vai crescer mais, nós vamos ter mais oportunidades, os estados, os municípios vão ter mais recursos.
Mesmo com a bancada com dificuldade, o presidente bolsonaro teve mais condições de ajudar os municípios do que outros governos tiveram. O governo Bolsonaro, só para Mato Grosso, mandou mais de R$ 40 bilhões. Que hoje ajudou todos os municípios a saírem de uma situação financeira ruim. E acredito que agora, na segunda gestão, ele vai fazer muito mais. Vai ter condições de ajudar mais ainda os municípios do Brasil, em especial o Estado de Mato Grosso.
MidiaNews – A senhora estava em uma chapa bastante forte. Temeu em algum momento não ser eleita?
Coronel Fernanda – Não. Acho que na vida da gente, o não você já tem. Você tem que trabalhar pelo sim. Eu sempre falei que a chapa do PL era a chapa da vida. Porque ela ia fazer um diferencial. Essa frase que era a chapa da morte nunca coube na minha fala, e sempre tive a chapa da vida.
MidiaNews – A senhora esperava que fossem eleitos tantos candidatos do seu partido?
Coronel Fernanda – Eu acreditava nisso.
MidiaNews – A não reeleição do deputado federal Nelson Barbudo, surpreendeu a senhora?
Coronel Fernanda – Eu não me surpreendo com nada. Eu acredito que o trabalho foi feito em conjunto, independente, mas sempre juntos. E eu tenho certeza que o Barbudo vai ter espaço ainda, vir ainda, porque ele também ajudou para que essa chapa fosse maioria no Congresso. A chapa de Mato Grosso.
MidiaNews – Quais as bandeiras que a senhora pretende levar para Brasília?
Coronel Fernanda – A bandeira do agro, a bandeira da família, a bandeira da liberdade, das oportunidades; e trazer condições para que o povo de Mato Grosso possa ser mais capacitado. Fomentar tudo que for necessário para que o nosso Estado possa continuar crescendo cada vez mais. Trabalhando junto com os municípios, com gestores municipais e com gestor estadual.
Ter uma ação de proximidade e uma ação positiva. Eu não venho para ser agressiva, eu não venho para fazer críticas. Eu venho para trabalhar. Sempre na minha vida foi isso. Eu separo o que for ruim, eu deixo de lado, e vou só atrás do que realmente vai ter efeito. Ficar brigando só não resolve. Eu quero resolução, quero ser resolutiva.
MidiaNews – A senhora e federal eleita Amália Barros são as únicas mulheres de Mato Grosso no Congresso. O que o público feminino pode esperar da senhora na Câmara?
Coronel Fernanda – Um trabalho mais efetivo voltado para as mulheres, defesa, conscientização política das mulheres. Estar ajudando as mulheres a entender o papel dela na política, e defender todas as pautas voltadas para as mulheres, para as famílias, para as crianças, tudo que é necessário para o bem-estar.
MidiaNews – A senhora faz parte de um partido conservador, que é o PL. Qual sua posição sobre a descriminalização das drogas no País?
Coronel Fernanda – Sou contra. Eu não aceito drogas. Aquele que defende esse tipo de pauta é criminoso. Tem que responder criminalmente por que liberar aquilo que faz mal, que destrói famílias, que detona as pessoas, que coloca um maior número de pobrezas. É favorecer o criminoso. Então, a pessoa que tenta fazer esse tipo de coisa está favorecendo o criminoso, não está favorecendo a sociedade.
Eu sou contra, sempre vou ser contra, vou lutar contra, porque quem vê os jovens morrerem não quer isso para sua casa. E eu não quero isso nem para a minha, nem para a sua, nem a de ninguem.
MidiaNews – A legalização já foi testada em outros países e parece ter havido uma melhora na questão da fiscalização…
Coronel Fernanda – Estão na miséria agora. Estão com problema sério de jovens mentalmente retardados, estão com problemas de violência, estão com problema de dificuldade de consciência. Para mim, a pauta da droga não tem países, eu vivo no meu País. Vivo o que eu vivi na rua, o que eu trabalhei. Eu tenho um conselho que fala o seguinte: o que os outros fazem de errado é problema deles. Eu quero fazer o que é certo, porque onde eu moro e onde eu vivo? Eu moro no Brasil. E, enquanto eu estiver viva no Brasil, eu vou lutar contra as drogas.
Não. Não existe meio termo, ou é 8 ou é 80. Não existe meio termo. O que a gente tem que fazer é combater a criminalidade, combater as facções, é combater os traficantes. Ponto! Não tem meia fórmula, mais uma fórmula. É essa fórmula e acabou, para mim. Porque quem acha que facilitando a vida dos traficantes vai resolver a bandidagem, está enganado. E tem mais uma: só facilita a vida de bandido quem bandido é, porque o cidadão de bem precisa ser valorizado; e eu vim para valorizar o cidadão de bem.
MidiaNews – Existe um movimento no Brasil que defende a descriminalização do aborto. Como a senhora vai se posicionar em Brasília a esse respeito?
Coronel Fernanda – Sou contra o aborto. Sou mãe de quatro filhos. Eu já tive um aborto espontâneo em serviço. Uma mulher que sofre o aborto, ela leva essa marca para o resto da vida. Agora favorecer o aborto é a mesma coisa de autorizar a qualquer um vir matar e tirar sua vida. Quem autoriza o aborto está autorizando o homicídio. Eu sou contra isso.
Eu acho que no Brasil, na atualidade nossa, existem várias formas de evitar uma gravidez, muito mais fácil do que na minha época. Então, a juventude tem que estar sempre atenta a isso, para não engravidar, e se engravidar, assuma. Tem que ter responsabilidade. Não podemos permitir que a irresponsabilidade sobressaia à responsabilidade. Se você se permitiu engravidar, então você tenha seu filho. Ah, não quer criar? Entregue para adoção, mas não cometa o crime de homicídio.
MidiaNews – A senhora traria alguma contraproposta?
Coronel Fernanda – Não tem contraproposta. Eu sou contra, vou batalhar para que ela não vá para frente.
MidiaNews – Contraproposta no sentido de atenção aos jovens, às crianças.
Coronel Fernanda – O que nós podemos fazer é conscientizar os jovens. Trazer condições para que as meninas, os jovens, tenham atendimento ginecológico de orientação. Mas usar esse termo para facilitar, não. Vou ser sempre contra, mas vou estar trazendo condições e buscando condições para que as pessoas na idade correta tenham condições de se tratar em relação a isso. Não incentivar o homossexualismo como estava incentivando a esquerda. Acho que criança tem que ser criança, adolescente tem que ser adolescente, e adulto tem que ser adulto.
MidiaNews – E sobre as pautas LGBTQIA+, a senhora irá exercer um trabalho voltado para inclusão dessa comunidade?
Coronel Fernanda – Não. Ela não faz parte da minha pauta. O que faz parte da minha pauta é a vida do cidadão. Acho que a pauta LGBT é uma pauta mais ideológica do que de atividade efetiva. Eu tenho muitos amigos homossexuais. Acho que ao invés de ficar fazendo parada gay, deveriam ser feitos projetos sociais para tirar do Zero Km aqueles que se prostituem.
É você trazer conscientização para eles, é trazer oportunidade de emprego e uma vida digna. E não ficar na pauta de LGBT por ser pauta de LGBT. Eu vou defender as pessoas, eu respeito as pessoas. Eu não vou fazer pauta para grupo A, B ou C. A minha pauta é única: é trazer oportunidade de emprego para todos e trazer condição de capacitação para todos. É dar respeito a todos. Eu não faço pauta de A, B e C. Eu não trato ninguém como vítima, eu trato as pessoas como oportunidades.
MidiaNews – Como a senhora se posiciona a respeito do porte e posse de arma para o cidadão?
Coronel Fernanda – Eu sou a favor. Você dirige? Para você tirar sua habilitação, você não passou por vários requisitos? Então, para quem usa uma arma, ele também precisa passar por vários requisitos. Eu sou a favor, como sou a favor de todo mundo ter direito de dirigir. O carro é uma arma. O que vai dizer se você vai usar ou não sua arma, é sua consciência.
Você pode matar uma pessoa com uma faca ou com o uso de um carro. Então, a arma não é o principal. Então, eu vou trabalhar muito forte para que as pessoas de bem tenham condições de andarem armadas sim, tenham posse e porte de arma. E também fortalecer tanto as polícias como os agentes de segurança privada com armas mais potentes para defender contra a criminalidade que está aí presente na vida da sociedade.
MidiaNews – Por que civis deveriam andar armados?
Coronel Fernanda – Porque todo mundo tem que ter liberdade. Eu acho que todos devem ter. Desde que eles tenham condições para isso. Porque se eu pensar como você me perguntou, eu também iria falar que nem todo mundo pode ter um carro. Porque qualquer um pode beber demais e acabar atropelando uma pessoa. Usar porcariada demais como a gente vê, e matar uma pessoa. Então, não vai ser o direito de você ter sua arma, que vai fazer você cometer um crime. O que faz você cometer um crime é o que já está intrínseco em você. Não vai ser isso que vai te impedir.
MidiaNews – Com as mudanças na legislação do armamento, a senhora não acha que existe um exagero na permissão de compra de armas de grosso calibre? Como fuzis.
Coronel Fernanda – Não. Você é impedido de ter uma caminhonete? Você também pode ter um Fusca. O que te proíbe disso? Você tem que ter a liberdade de correr atrás daquilo que você acha que é necessário para o seu uso e ter autorização para isso. Para você ter um carro mais potente, você tem que passar por outra avaliação. A mesma coisa é uma arma.
MidiaNews – Mas se a pessoa pode se defender com uma pistola, para que usar um fuzil? Não ultrapassa a questão da defesa?
Coronel Fernanda – Eu acho que cada coisa no seu devido lugar. Acho que primeiro você tem que ter liberdade, a minha pauta vai ser essa.
MidiaNews – Especialistas apontam para um aumento da violência no país, decorrente de armas de fogo. Temos o exemplo dos Estados Unidos, que é um país que permite o cidadão ter várias armas e lá há um grande número de atentados conta civis. Não é um perigo que isso aconteça aqui também?
Coronel Fernanda – Não. Eu temo que o tráfico de drogas aumente, eu temo que você seja assassinada por falta de defesa, eu temo que a mulher seja vítima de violência doméstica sem direito a se defender, temo que o cidadão de bem seja coagido. Temo que os criminosos continuem tendo acesso às armas com facilidade enquanto o cidadão de bem tem que passar por uma burocracia muito grande. Acho que o cidadão de bem tem que ser tratado melhor.
Agora, crimes como esse que acontecem nos Estados Unidos, a gente tem que trabalhar, porque eles não são por motivo da arma, eles são por motivos outros que nós temos que combater. É o bullying na escola, é o abuso sexual de crianças, é a violência. Esses outros fatores que são responsáveis por isso. E quem entra para matar lá, vai entrar com uma arma legalizada ou uma não legalizada.
Esse não é o objetivo, não é isso que vai impedir a pessoa de cometer esse crime. O que vai impedir uma pessoa de cometer um crime dessa grandiosidade vai ser os atos que antecedem a isso, a forma como isso aconteceu. E a gente tem que trabalhar isso nas escolas, mostrar as pessoas que elas têm que respeitar o seu próximo.
MidiaNews – O Brasil vive uma de polarização política muito forte hoje, e um estudo recente apontou que crimes com envolvimento político aumentaram em 400%. Como vê esse momento do Brasil?
Coronel Fernanda – Eu não vejo da forma como está constando. Porque eu já participei de vários atos políticos desde 2020 e o que eu vi foram eventos pacíficos, famílias, relações outras. Pode acontecer um caso ou outro, mas ele não é decorrente da sua defesa política, mas é decorrente de você, da sua forma agressiva de ser no seu dia a dia e que acaba extrapolando. Não é porque você tem uma defesa. Eu já tive embate com pessoas que são a favor do outro lado e mesmo assim eu respeito.
Então, assim, eu nunca olho pelo lado pior, porque é fácil você apontar erros. Então, prefiro não apontar erros, prefiro olhar pelo lado bom das coisas. Não vejo que esse índice de criminalidade como está falando acontece. Vejo que há uma política tentando transformar o ato político da direita como algo como crime. E não foi isso que eu vi nesses eventos que participei, eu vi foram crianças, mulheres, idosos, famílias.
Todos querendo mudar o viés político do Brasil. A esquerda acobertou o brasil durante 16 anos, trouxe miséria, a droga para dentro da casa, das famílias, a corrupção para dentro do governo. E eu acho que esse é o momento de mudar e dar essa oportunidade. Agora dizer que isso causou maior violência, não. As pessoas passaram a expor o que pensam, agora a violência entre duas pessoas isso ocorre por questões outras que acabam explodindo como justificativa de política, mas não é verdade.
Quando você apura o crime em si, você descobre que já tinha um poder maior anteriormente, são pessoas que se conheciam, não são pessoas desconhecidas que entraram em vias de fato. São pessoas que já se conheciam e já tinham alguma outra questão e acabou sendo um conflito. Mas eu não acredito dessa forma.
MidiaNews – O ex-presidente Lula teve 6 milhões de votos a mais que o presidente e Bolsonaro no 1º turno. Acha possível reverter?
Coronel Fernanda – Já virou. Eu não acredito em pesquisa, eu fui uma prova disso. Quando eu fui à campanha do Senado, falaram que eu era a última colocada. Eu fui a segunda mais votada. Na minha campanha de deputada federal, falavam todos os dias que eu não iria ser eleita, eu fui eleita. Então, pesquisa para mim… Eu já vi pessoas fazendo pesquisa de uma forma sem muito propósito. Eu já fui procurada por pessoas para que meu nome estivesse na frente, desde que eu ajudasse. Então, não acredito em pesquisas. Acredito no que o povo possa fazer e acredito que agora no segundo turno o presidente Bolsonaro vai ser eleito.
MidiaNews – Como a senhora vê esse movimento de artistas e outros políticos declarando apoio ao Lula?
Coronel Fernanda – Eu acho que são pessoas que perderam condições lá atrás por causa do governo Bolsonaro e agora estão correndo atrás para recuperar recursos perdidos. Cada um escolhe o lado que mais se parece com você. Eu estou escolhendo o lado que se parece comigo. Que é o lado que defende o bom costume, as famílias, seu direito de ir e vir, seu direito de dizer o que pensa, seu direito de querer o melhor. E eu quero o melhor para o meu Estado.
Então, o que eles estão fazendo é problema deles, porque nenhum artista vem em uma cidade como Cuiabá prestar um serviço voluntário em prol da sociedade. Eu nunca vi isso. Eu nunca vi um artista vir aqui fazer uma peça de teatro sem cobrar. Mas nunca vi eles serem voluntários, nem o Criança Esperança. Então, acho que a gente tem que pautar e ver o que é bom para aquele cidadão mais simples, aquele que está lá na ponta, e eu acredito no governo Bolsonaro porque ele vê aquela pessoa lá na ponta.
MidiaNews – O que ele precisa fazer para angariar o voto dos candidatos da terceira via e de indecisos?
Coronel Fernanda – O que ele precisa, não. O que já está sendo feito. É o apoio de quase todo grupo político do Brasil em favor do presidente. E o presidente não vai ter acesso a todo mundo, mas nós vamos ter acesso a muitas pessoas e é dessa forma que nós vamos trazer esses votos para o presidente.
MidiaNews – O que a derrota de Bolsonaro significaria para o Brasil, na sua opinião? A senhora teme que o País volte a ser governado pela esquerda?
Coronel Fernanda – Se o Bolsonaro perder, nós podemos esperar miséria, drogas, crime, tudo que tem de ruim. E não é isso que eu quero para o meu País. Por isso eu nem vejo dessa forma, Bolsonaro vai ser eleito dia 30 porque a gente quer essa diferença.
MidiaNews – Caso Lula seja eleito, como a senhora atuará nesse eventual Governo? O que Mato Grosso deve esperar?
Coronel Fernanda – Não tem caso. Lula não vai vencer. Mato Grosso com presidente Bolsonaro vai estar no caminho certo, a gente vai estar fazendo muitas coisas por Mato Grosso, trazendo oportunidade para o povo de Mato Grosso, fazendo o melhor. Eu acredito que nosso Estado vai crescer muito e da forma como está indo, nós vamos destacar cada vez mais tanto a nível de Brasil, quanto a nível internacional.