Prefeita diz não concordar com “ideologia de Lula” e deixará cargo

A prefeita de Carlinda (distante a 775 km de Cuiabá) Carmelinda Coelho Martinez (União) confirmou, nesta terça-feira (1º), que vai renunciar ao cargo de gestora do município. A decisão se dá, segundo ela, por conta da vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno das eleições presidenciais, no último domingo (30).

 

A promessa de deixar o cargo caso o presidente Jair Bolsonaro (PL) não fosse reeleito foi feita inicialmente em um evento no Estado, no mês passado. As imagens viralizaram nas redes sociais na última semana (leia mais abaixo).

 

“É a democracia, a maioria do povo quis assim. Eu não concordo com essa ideologia. Sendo uma cidadã e morando ainda em um País democrático, tenho todo direito de tomar meu posicionamento”, disse ela em entrevista à imprensa local.

 

“Como cidadã, tenho todo o direito de não aceitar, não compactuar com essa ideologia. E todos sabem que todos os municípios têm que cumprir todas as leis federais. Se tiver uma lei que eu não concorde, não irei cumprir e a primeira que vai ser presa, será eu”, disse.

 

Carmelinda afirmou que já começou os trâmites para passar o comando para o vice-prefeito, Pastor Fernando de Oliveira (PSC).

 

“Ontem, ainda na parte da manhã, chamei todos os meus secretários. Eu participo de todas as pastas, sei como está a Prefeitura. Mas pedi que eles acelerassem, porque temos que entregar o nosso mandato”, declarou a prefeita.

 

“Quero falar para o meu povo que pode ficar tranquilo, pois quem vai assumir no meu lugar é o vice, que também foi votado pela população de Carlinda”, completou.

 

Na cidade de Carlinda, Bolsonaro foi o mais votado no segundo turno das eleições. Lá o atual mandatário recebeu 3,3 mil votos (58,19), enquanto Lula teve 2,4 mil votos (41,81%).

 

Promessa polêmica

 

Carmelinda havia ameaçado que deixaria o cargo de prefeita caso o presidente Bolsonaro perdesse as eleições em outubro. Em um evento no feriado de 7 de setembro, a chefe do Executivo municipal afirmou que se o ex-presidente Lula ganhasse as eleições, ela não “bateria continência a ladrão e renunciaria o mandato”.

 

“Eu disse ao meu esposo: ‘Talvez, Deus me livre, que eu não quero isso, mas se acontecer de um ladrão ganhar a presidência, não bato continência a um ladrão,  entrego o meu mandato'”, disse à época.

 

Veja:

 

 



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