Por causa dos protestos malditos nunca mais verei meu irmão
“Revoltada!”, descreveu Elizete Pinto, irmã do empresário Osmar Alceu Wichocki, de 56 anos, que faleceu na noite de segunda-feira (31) em um acidente na BR-364, próximo ao Trevo do Lagarto. Ela responsabilizou os protestos que interditaram a via pela fatalidade.
“Por causa desses protestos malditos nunca mais verei meu irmão. Trabalhou dia inteiro e indo pra casa, num bloqueio, um caminhoneiro sem sinalização nenhuma, no escuro e com chuva, levou a vida dele”, afirmou.
O trecho é bastante escuro e chovia muito no momento do acidente. Osmar não teria conseguido frear a tempo de evitar a colisão e acabou atingindo a traseira de outro veículo de carga.
Ao todo, os manifestantes já interditaram 25 trechos em 5 rodovias do Estado. Eles protestam contra a vitória do ex-presidente Lula na eleição de domingo (30).
“Não aceito isso. Está doendo demais saber que nunca mais vou ver você. Meu ídolo. Meu orgulho. Meu confidente. Meu tudo…”, afirmou Elizete em uma publicação nas redes sociais.
“Não consigo acreditar até agora que aconteceu isso. Pelo amor de Deus, que essas pessoas tenham compaixão e parem com esses protestos antes que mais vidas se vão”, continuou.
Osmar era casado e deixa quatro filhos e um neto (ou neta) que estava a caminho e sonhava em conhecer.
“Infelizmente hoje esse sonho acabou. Tudo acabou. Ele não volta mais pra casa, pra família que ele amava, pros mercados, pros amigos, pra fazenda que ele amava ir toda segunda. Não sei como vou ficar sem você aqui… Deus me de forças”, afirmou.
Osmar era proprietário do Supermercado Parque Cuiabá, e diretor administrativo, financeiro e patrimonial da Asmat (Associação de Supermercados de Mato Grosso).
O corpo ainda não foi liberado para a família e segue no Instituto Médico Legal (IML).
Comoção nas redes
O empresário era uma pessoa muito conhecida e querida na cidade. Sua morte trágica gerou comoção nas redes sociais.
“Difícil acreditar, nem o tempo vai me fazer entender. Você deixa uma linda história de resiliência e de construção pessoal. Um coração do tamanho do mundo”, dizia uma das publicações.
Ele foi descrito como um ser humano “incrível”, “sensacional” e homem muito trabalhador. “Um dos homens mais batalhadores que tive a oportunidade de conhecer”.
“Triste demais, uma perda muito grande, sentiremos muitas saudades“, disse outra.
Amigos e conhecidos também responsabilizaram os manifestantes pela morte.
“Esses desocupados que deveriam estar trabalhando ao invés de estar fazendo algazarra nas estradas e ainda tirando vida de inocente. Não sabem aceitar que foram derrotados”, disse uma.
“Eu tinha certeza que ia começar a acontecer esse tipo de coisas. Força pra sua família, que Deus tome conta do coração das pessoas. Elas estão ficando malucas e irresponsáveis”, completou outra.