Dilemário diz que verba da saúde ia para o ralo da corrupção
O vereador Dilemário Alencar (Podemos) afirmou que a intervenção na Saúde de Cuiabá mostra que dinheiro destinado ao setor ia para o “ralo da corrupção”.
Para ele, a decisão do desembargador Orlando Perri de tirar a gestão das mãos do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) e passar ao Estado foi acertada, já que a tendência seria o colapso do sistema.
Há meses, a saúde de Cuiabá vem sendo alvo de escândalos, operações policiais e até de afastamento do prefeito de Cuiabá.
Eu sempre denunciei na tribuna da Câmara que boa parte dessa montanha de dinheiro só poderia estar indo para o ralo da corrupção
As denúncias apontam falta de médicos, furos nas escalas de trabalho, falta de medicamentos, atrasos nos pagamentos dos médicos, dentre outros.
No dia 28 de dezembro, o desembargador Orlando Perri decidiu tirar a administração da Saúde das mãos do prefeito e repassar ao Governo do Estado. Ele atendeu um pedido do procurador-geral da Justiça, José Antônio Borges, que alegou que o setor vive uma “completa calamidade pública” e está colapsado.
“Eu sempre denunciei na tribuna da Câmara que boa parte dessa montanha de dinheiro só poderia estar indo para o ralo da corrupção. Como que pode todo esse dinheiro e faltar até dipirona? Sem dúvida, algo precisava ser feito. Caso contrário, o caos na saúde se agravaria cada vez mais”, disse o vereador ao MidiaNews.
“O pedido da intervenção feito pelo Ministério Público ao Poder Judiciário foi com apresentação de provas robustas que retrataram a realidade da angústia do sofrimento que milhares de pessoas vivem diariamente nas unidades de saúde devido a falta constante de medicamentos, médicos, exames e cirurgias”, acrescentou.
Dilemário ainda pontuou que Emanuel “zombou” de instituições como o Ministerio Publico e Tribunal de Justiça, já que, por diversas vezes, não atendeu recomendações e descumpriu decisões judiciais referentes a área da saúde.
“Zombou também do Poder Legislativo. Em 2021, uma CPI promovida pelos vereadores da oposição apontou a existência de mais de R$ 30 milhões de medicamentos vencidos no CDMIC. A CPI indiciou o prefeito alertando sobre esse grave crime”, afirmou.
“Mas o prefeito não levou em conta e o crime por remédios vencidos voltou a se repetir, conforme recente denúncia dos conselhos federal e regional de farmácia que flagrou, através de inspeção feita no CDMIC, mais de R$ 4 milhões de comprimidos vencidos”, emendou.
Gestão com o Estado
Para o parlamentar, a tendência agora é que, nas mãos do Estado, a Saúde tenha uma gestão mais “qualificada” e sem escândalos.
“Acabe com o cabide de emprego e haja valorização dos servidores que realmente se dedicam, bem como, tenha fim a usina de corrupção que virou a saúde de Cuiabá, para que seja amenizado o mais urgente possível o caos, até que possamos ter uma saúde digna para a população cuiabana”, completou.