Indígena admite lisura das urnas e pede perdão a Lula e Moraes

O indígena José Acácio Serere Xavante divulgou nota pública, nesta quinta-feira (5), pedindo desculpas ao presidente Lula (PT) e ao presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, pelos ataques contra o processo eleitoral brasileiro.

 

Serere Xavante está preso desde o dia 12 de dezembro, em Brasília, por envolvimento em atos antidemocráticos.

 

“Peço, humildemente, desculpas ao povo brasileiro por eventuais declarações exageradas que fiz, ao criticar o sistema eleitoral brasileiro. Da mesma forma, peço desculpas ao Supremo Tribunal Federal; ao Tribunal Superior Eleitoral, ao presidente irmão Lula, ao irmão Alexandre, à minha família; à minha querida tribo Xavante; e aos meus amados irmãos da nossa igreja”, disse ele na nota.

 

O indígena afirmou que cometeu um equívoco ao defender a tese de que haveria fraude nas urnas eletrônicas.

 

“Na verdade, não há nenhum indício concreto que aponte para o risco de distorção no resultado às urnas, ou na vontade do eleitor brasileiro”, escreveu.

 

“Defendi a tese da suposta fraude, com base em informações erradas, que me foram fornecidas por terceiros, que, agora, olhando para trás, vejo que estavam inteiramente desvinculadas da realidade”, acrescentou.

 

Serere Xavante esclareceu que desde sua prisão vem sendo suscitada uma série de informações desencontradas sobre sua vida, sua família, seus propósitos políticos e pessoais. E, por isso, decidiu divulgar por “decisão própria e livre de qualquer coação” a nota como forma de desfazer o mal-entendido.

 

“Sou um xavante, pai, cristão, criado num local remoto, com muito respeito à verdade, e, como tal, entendo que o amor, o perdão, e a conciliação são os únicos caminho possíveis para a vida em sociedade”, declarou.

 

Natural de Poxoreu, Serere Xavante também é pastor, atualmente filiado ao Patriotas e já foi candidato a prefeito de Campinápolis (MT) em 2020, mas não conseguiu se eleger, ficando em terceiro lugar com 9,70% dos votos válidos.

 

A prisão

 

A prisão do indígena foi decretada por Alexandre de Moraes no dia 12 de dezembro.

 

Segundo a decisão, Serere Xavante teria convocado manifestantes armados a agirem para impedir a diplomação dos eleitos.

 

A decisão apontou ainda que ele teria realizado manifestações antidemocráticas em diversos locais de Brasília, como em frente ao Congresso Nacional, no Park Shopping, na Esplanada dos Ministérios e em frente ao hotel onde estavam hospedados o presidente e o vice-presidente da República eleitos.

 

A prisão do indígena provocou um protesto na capital federal de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro que depredaram pelo menos oito carros e dois ônibus estacionados próximos à sede da Polícia Federal.

 

 

 

 



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