Jayme defende debate, mas prevê “pauleira” no Congresso
O senador Jayme Campos (União) defendeu um debate sobre eventuais alterações na legislação sobre aborto no Brasil.
O assunto polêmico voltou em pauta após o início de governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Durante sua campanha de eleição, o petista chegou a dizer que o aborto era uma “questão de saúde pública”.
Para o senador, a discussão é algo necessário, porém admite que será algo espinhoso.
“Nós temos que discutir, esse é o assunto que posso afirmar que vai demandar muito tempo para que, de fato, possamos formatar um projeto de lei que seja factível e sobretudo aceito pela sociedade brasileira”, afirmou em entrevista à rádio Capital FM.
“Difícil, vai ser pauleira, inclusive na Câmara [Federal], onde tem a bancada evangélica e de outros segmentos que não coadunam com este tipo de ideia”, acrescentou.
Questionado sobre sua opinião sobre a legalização do aborto, Jayme se mostrou favorável à lei já vigente no Brasil. No país o aborto não é criminalizado em caso de estupro, anecenfalia do feto e risco de vida para a mãe.
No entanto, o senador se mostrou aberto a discutir o assunto e, inclusive, citou países em que o aborto é legalizado. Ele ainda falou sobre as clínicas clandestinas que funcionam no Brasil.
“A sociedade brasileira, sobretudo as igrejas católicas e evangélicas, não quer que isso seja aprovado, mas não é por isso que não vamos discutir. Acho que é um direito amplo e já tem alguns países que o aborto é possível ser feito dentro da lei”, explicou.
“Hoje você sabe perfeitamente que temos centenas, milhares de abortos clandestinos feitos em clínicas meias-bocas. Existe muita picaretagem”, completou.
O senador ainda afirmou que “a ciência deve prevalecer” e acredita que o Congresso deva chegar a um meio termo na discussão e criar um projeto de lei que garanta um tratamento via SUS (Sistema Único de Saúde) para as mulheres.