Empresárias de Cuiabá estão entre bolsonaristas presas por atentados em Brasília

Reprodução

Duas empresárias de Cuiabá estão entre as 355 pessoas detidas pela Polícia Militar do Distrito Federal por envolvimento nos atos terroristas perpetrados por bolsonaristas radicais na sede dos Três Poderes, em Brasília, no último domingo, 8 de janeiro. A lista com os nomes foi divulgada pelo Governo do Distrito Federal nesta terça-feira, 10.

Simone Aparecida Tosato Dias tem 48 anos e trabalhava como redatora em uma renomada agência de publicidade de Cuiabá. Segundo pessoas que atuam no ramo, ela é uma profissional conceituada, já havia recebido prêmios por trabalhos que desenvolveu.

– FIQUE ATUALIZADO: Entre em nosso grupo do WhatsApp e receba informações em tempo real (clique aqui)

– FIQUE ATUALIZADO: Participe do nosso grupo no Telegram e fique sempre informado (clique aqui)

Em novembro, Simone ‘se mudou’ para o acampamento bolsonarista em frente ao QG do Exército, em Brasília. De lá, Simone passou a publicar conteúdos políticos com mais intensidade, incluindo várias informações falsas sobre supostas fraudes no processo eleitoral, como história da ‘faixa e cadernos falsos’ na posse de Lula.

Publicações feitas por ela mesma mostram que seus amigos tentaram intervir, chamando-a para retomar sua carreira em Cuiabá. Porém, Simone respondia que estava decidida a proteger o Brasil ‘do comunismo’.

Nos dias que antecederam a tentativa de golpe, Simone fez várias publicações convocando as pessoas a participarem do ato golpista, visto por ela como o ‘plano B’ para conseguir manter Bolsonaro na presidência.

Ela levou sua intenção a cabo no último domingo, participando do grupo que invadiu o Congresso Nacional.

Alessandra Faria Rondon também é empresária em Cuiabá, dona de uma pequena empresa que, segundo o cadastro nacional de pessoas jurídicas, atua no ramo de vestuário.

Nas redes sociais, Alessandra compartilhava fotos nos acampamentos bolsonaristas em Brasília e em frente ao Tiro de Guerra de Vitória da Conquista, na Bahia. Ela também tinha hábito de compartilhar informações falsas sobre o processo eleitoral, a ‘ameaça do comunismo’ e exaltava o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Simone ficou ‘famosa’ após publicar um vídeo em que aparece sentada na cadeira do senador licenciado Carlos Fávaro (PSD), atual ministro da Agricultura, durante a invasão dos bolsonaristas ao Congresso Nacional. Ela chamava Fávaro e os senadores Jayme Campos (União) e Wellington Fagundes (PL) de “traidores da Pátria”.

“Hoje é dia 8 de janeiro. Estou sentada na cadeira do traidor da pátria de Mato. Olha o outro do lado [mostra a placa de Fagundes]. O outro, Jayme Campos, traidor da pátria. Eu só saio daqui na hora que os traidores da pátria estiverem presos”, disse ela.



Estadão MT