Em MT, candidato a presidente do Senado critica decisões do STF
Em visita a Cuiabá, o candidato a presidente do Senado, Rogério Marinho (PL/RN), criticou a postura do atual chefe do Poder, Rodrigo Pacheco (PSD/MG), diante das decisões do Supremo Tribunal Federal (STF).
O ex-ministro de Jair Bolsonaro se lançou à presidência do Senado e veio a Mato Grosso, na terça-feira (17), articular votos dos senadores do Estado. Ele concorrerá contra Pacheco.
À imprensa, Marinho usou como exemplo das críticas a abertura do chamado inquérito das fake news por parte do ministro Alexandre de Moraes.
Para ele, as decisões de Moraes, hora ou outra, foram apoiadas e homologadas pelos ministros da Suprema Corte e por isso o Senado Federal deve abrir um dialogo maior com o Judiciário.
Não podemos, por exemplo, viver em um estado de exceção em função de um inquérito que foi aberto de ofício
“O debate precisa ser de instituição para instituição. O Senado não pode se omitir. Não podemos, por exemplo, viver em um estado de exceção em função de um inquérito que foi aberto de ofício – o que inclusive não é usual no nosso sistema jurídico – e perdure há mais de quatro anos”, disse o candidato.
Para ele, as decisões fazem com que congressistas se sintam “amordaçados” para expressar suas opiniões nas redes sociais.
“Inclusive, tem tido algumas sequelas [ações do STF]. Parlamentares estão sofrendo censura prévia, estão amordaçados, não podem se expressar nas redes sociais, não podem falar e exercer na plenitude seus respectivos mandatos”.
“A constituição determina a inviolabilidade dos mandatos, o livre arbítrio, a liberdade e são valores que precisam ser resgatados. Por isso, falo sempre que um dos deveres mais importantes da nova presidência do Senado é esse dialogo institucional e o reestabelecimento da normalidade democrática do país”, emendou.
Diálogo com senadores
Ex-ministro do Desenvolvimento Regional, Marinho se colocou como candidato ao comando do Congresso como oposição ao Governo Lula (PT).
Ele justifica que a oposição ao atual governo, em uma eventual vitória na eleição, poderá ser “saudável” às instituições democraticas.
“O Senado da República é uma instituição que deve ter independência. […] Evidente que o fato do presidente do Congresso Nacional ter uma postura diferente do presidente da República não significa que seja um óbice para que ele possa eventualmente ocupar esse cargo. Ao contrário, pode ser uma contraposição saudável dentro das instituições democráticas”, disse.
Aliados de seu opositor, o senador Rodrigo Pacheco, garantem que o atual presidente conta com cerca de 60 votos para a reeleição. Para ser eleito, o candidato precisa de 41.
No Estado, Marinho já tem apoio do senador Wellington Fagundes (PL), mas trabalha pelos votos de Jayme Campos (União) e Margareth Buzzeti (PSD). Esta última percente ao mesmo partido de Pacheco.
“Vamos continuar conversar com senador Jayme, o ministro Carlos Fávaro [senador afastado], procurar sua suplente a Margareth, dentro do papel de que qualquer candidato precisa fazer. […] O país passa por um momento de transição e mais do que nunca é necessária a altivez, envergadura e consistência do Senado da Republica, que sempre foi a casa da moderação da transigência e da negociação”, disse.