Jayme diz ser contra fundão e alfinete Gisela: “Um escândalo”

O senador Jayme Campos (União) se disse contra a existência do Fundo Partidário para financiar candidaturas nas eleições. O parlamentar classificou como “uma vergonha” a existência do benefício.

 

O Fundo Partidário é uma forma de financiamento público, não exclusivo, dos partidos políticos do Brasil, que não se restringe às campanhas eleitorais. Na eleição do ano passado foram R$ 5 bilhões dedicados a este fim.

 

Para Jayme, os políticos que querem lançar candidaturas devem usar o próprio dinheiro para isso, não o fundo.

 

“E o mais grave, que eu acho, chama-se fundo partidário. Isso é um escândalo, R$ 5 bilhões distribuídos para partidos bancarem candidaturas. Sou contra”, afirmou em entrevista à rádio Centro América.

 

“Não aceito dinheiro do fundo partidário, porque acho uma vergonha, o cidadão brasileiro trabalhar, pagar imposto e vai dar R$ 5 bilhões para alguns bacanas”, acrescentou.

 

Alfinetada em Gisela

 

O senador ainda alfinetou a advogada Gisela Simona, que foi candidata a deputada federal no ano passado, mas saiu derrotada. Apesar de não citar nomes, Jayme se mostrou indignado com a candidata por ter recebido R$ 3,1 milhões do fundo.

 

A advogada era uma das candidatas do União Brasil, mesmo partido de Jayme, e recebeu R$ 3 milhões, doados pelo partido por meio do fundo especial, o chamado fundão. Outras candidatas a deputada federal pelo partido receberam bem menos que Gisela.

 

No entanto, a alta arrecadação de Gisela tem uma explicação, pois um novo entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) diz que a partir das eleições de 2022, o dinheiro do fundo tem de ser destinado a candidaturas de negros na mesma proporção do número de candidatos que se declaram nesse grupo.

 

Além disso, os partidos devem, pela legislação, destinar 30% dos recursos a candidaturas femininas.

  

“É aquela velha história, se quer ser candidato tem que usar o seu dinheiro, hoje virou uma indústria… Mulher ganha tanto, olho azul tanto, olho preto tanto… Que isso?”, questionou.

 

“Aqui [em Mato Grosso] teve candidata que recebeu R$ 3,1 milhões do fundo partidário, é um escândalo né? Enquanto nós estamos precisando comprar remédio para os Postos de Saúde, comida para dar para pobre…”, completou.



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