Justiça mantém Anderson Torres e ex-comandante da PM em prisões diferentes

A Justiça do Distrito Federal decidiu manter o ex-secretário de Segurança Pública do DF e ex-ministro do governo de Jair Bolsonaro (PL), Anderson Torres, e o ex-comandante-geral da Polícia Militar do DF, Fábio Augusto Vieira, presos em locais diferentes para “preservar as suas integridades físicas, bem como evitar prejuízos às investigações que ainda estão em andamento”.

Os dois são investigados por omissão nos atos terroristas ocorridos às sedes dos três poderes, em Brasília, no dia 8 de janeiro. A decisão foi enviada ao gabinete do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, na quinta-feira (19).

No documento, a juíza da direito da Vara de Execuções Penais (VEP), Leila Cury, explica que as salas de Estado Maior — celas especiais — estão localizadas no Complexo Penitenciário da Papuda, mas que devido às prisões dos bolsonaristas que participaram dos atos terroristas, “a população carcerária excedeu a capacidade de alocação daquela unidade”.

“Dessa forma, este Juízo, no exercício de sua estrita competência legal, autorizou a alocação do custodiado Anderson Gustavo Torres no Batalhão de Aviação Operacional da PMDF, localizado no Guará, bem como do ex-Comandante Geral da PMDF, Cel. Fábio Augusto Vieira, no Regimento de Polícia Montada da mesma corporação, localizado no Riacho Fundo”, diz a juíza.

Prisão de Anderson Torres

A prisão de Anderson Torres foi determinada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes após os atos terroristas em Brasília, em 8 de janeiro.

Desde 2 de janeiro, após o fim do governo Bolsonaro, o ex-ministro reassumiu a Secretaria de Segurança Pública do DF (SSP-DF), que chefiou anteriormente, entre 2019 e 2021.

Ele comandava a pasta quando ocorreram a invasão e depredação do Palácio do Planalto, do Congresso e do Supremo Tribunal Federal (STF) por bolsonaristas radicais que defendem um golpe para derrubar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A suspeita é que Torres, em conjunto com setores da Polícia Militar do DF e de militares, tenha atuado para facilitar a ação dos terroristas bolsonaristas. O ex-ministro nega.

Prisão do ex-comandante da PM

Já o ex-comandante da PM Fábio Augusto Vieira foi preso no dia 10 de janeiro, também por determinação do ministro Alexandre de Moraes. Ele era o responsável pela corporação no dia dos ataques terroristas.

Ainda em 8 de janeiro, o presidente Lula decretou intervenção federal na Segurança Pública do DF. O interventor nomeado, Ricardo Cappelli, retirou Fábio Augusto do comando da Polícia Militar do DF. Para o lugar dele foi nomeado o coronel Klepter Rosa Gonçalves.

Estadão MT