Thays e William foram executados no dia do primeiro encontro
Igor Guilherme | Estadão Mato Grosso
Thays Machado e William César Moreno se conheceram pessoalmente no mesmo dia que foram mortos, 18 de janeiro. William era de São Paulo, tinha família em Cuiabá e conheceu Thays pela internet. Eles compartilhavam o amor por pets e se aproximaram conversando sobre cachorros. Com o estreitamento dos laços, William decidiu vir a Cuiabá comprar um filhote de Golden Retriever. A informação é do titular da Delegacia de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), Marcel de Oliveira, durante coletiva de imprensa nesta manhã de segunda-feira, 30.
William tinha 30 anos e chegou a Cuiabá na madrugada do dia 18. Ao desembarcar no Aeroporto de Cuiabá, ele se encontrou com Thays e já naquele momento os dois começaram a viver momentos de tensão. Eles ainda não tinham saído do aeroporto quando foram interpelados por Carlos Alberto Gomes Bezerra, ex-companheiro de Thayz.
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O casal deixou o local às pressas e, no caminho, a mulher acionou o 190 pedindo por ajuda. Já na Avenida Tenente-Coronel Duarte (Av. da Prainha), eles visualizaram a Delegacia de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) e pediram por socorro lá. À imprensa, Marcel revelou que policiais chegaram a apontar a arma contra Carlos, que conseguiu escapar.
Horas depois, ao final daquele mesmo dia, Thays e William foram ao edifício Solar Monet, no bairro Consil, onde a mãe da mulher reside, para deixar o carro. Câmeras de monitoramento do imóvel mostram os dois saindo do veículo, sorrindo e conversando de forma descontraída. Aqueles eram os últimos momentos do casal.
Eles chamaram um carro de aplicativo e saíram do edifício para aguardá-lo. Contudo, quando já estavam na calçada, foram surpreendidos por Carlos, que estava à espreita. Ele matou os dois em plena luz do dia, acertando três tiros em cada uma das vítimas.
Carlinhos”, que é filho do deputado federal Carlos Bezerra (MDB), anunciou por meio de seu advogado que se entregaria na manhã do outro dia. O aviso não se tornou prática. Ele chegou a fugir de Cuiabá, mas acabou sendo preso em uma chácara da família no município de Campo Verde, distante 140 km da capital.
Preso, o assassino foi transferido à Penitenciária Central do Estado (PCE) e alegou, durante depoimento, que cometeu o crime motivado por uma disfunção hormonal, ocasionada pela diabete. A tese foi completamente descartada na conclusão do inquérito após especialistas serem questionados e negarem que a diabete possa causar esse tipo de distúrbio.
RELACIONAMENTO CONTURBADO
A polícia apurou que o relacionamento entre Carlos e Thays era conturbado, por perseguições do assassino. Segundo as investigações, Carlos tinha o costume de ligar para a namorada de chamada de vídeo, para que ela mostrasse os locais onde estava e com quais companhias.
Também foram encontradas escutas ambientais e rastreador no carro de Thays. No escritório do criminoso também foram encontradas localizações da vítima impressas.
Os dois terminaram o relacionamento há cerca de um mês, motivo pelo qual Thays comemorou até mesmo no serviço, devido aos abusos que vinha sofrendo.
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