Prefeitos discutem pedido de afastamento do governador por caos na saúde
Do Olhar Direto
Os prefeitos dos municípios mato-grossenses se reúnem na próxima sexta-feira (10), na Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM), para discutir um pedido de afastamento do governador Pedro Taques (PSDB), por conta do caos na saúde que se instalou no Estado. O presidente Neurilan Fraga (PSD) criticou a falta de repasses para as gestões municipais e hospitais filantrópicas e lembrou: “Vidas estão sendo ceifadas”. Além disto, pediu que o dinheiro gasto em outros setores que não precisam de urgência, sejam realocados para a Saúde.
“Estou viajando praticamente o Estado todo participando de manifestações. Seja para que passe os recursos atrasados diretamente para a prefeitura, como também para os filantrópicos. É uma crise sem precedentes na saúde. Estamos a todo tempo cobrando do governador e sua equipe econômica que os repasses sejam realizados”, disse o presidente da AMM, Neurilan Fraga, durante manifestação na última terça-feira (07), em Sinop.
Neurilan ainda pediu a sensibilidade do Estado nesta questão: “Infelizmente, ainda não alcançamos o ego da essência do problema na área da saúde. Falta gestão, sensibilidade da equipe de governo em termo de priorizar a saúde. É o momento de paralisar tudo: obras, investimentos e socorrer os hospitais regionais e filantrópicos, as prefeituras”.
“Estamos deixando vidas serem levadas e ceifadas pela ignorância, falta de planejamento e de sensibilidade. Não estamos pedindo nada a mais daquilo que é de direito certo das prefeituras e hospitais, que atestaram serviços e não receberam. Estamos juntos nessa batalha”, afiançou o presidente.
Por conta do fato, os prefeitos se reúnem na próxima sexta-feira (10), na sede da AMM, para discutir “uma atitude mais dura, enérgica, no pedido de afastamento do governador. Se a decisão da maioria dos prefeitos for neste sentido, não tenho dúvida de fazer o pedido. Sabemos que ficará a cargo da Assembleia Legislativa (ALMT), mas a nossa parte vamos cumprir”.
Segundo Neurilan, esta decisão será coletiva. Ele acrescenta que os municípios e hospitais filantrópicos chegaram ao limite e afirma que existem atrasos de até cinco meses do ano passado, que seria dívida do Estado com os municípios e hospitais. Neste ano, ainda conforme o presidente, são praticamente cinco meses sem ver a cor do dinheiro.
“Não recebemos nenhum comunicado falando que está se buscando algo para mudar. Quero fazer justiça, porque segunda-feira (06) tive uma reunião com o secretário da Casa Civil, Max Russi (PSB), que demonstrou boa vontade de resolver o problema, mas esbarra na questão financeira. Na saúde não podemos ficar discutindo isso, corta onde tem e investe na saúde. Para de fazer Caravana da Transformação, que só traz resultados na oftalmologia, economiza e repassa para os hospitais”, sugeriu o presidente da AMM.