MidiaNews | Onze anos de imbróglio

De sonho a pesadelo; analisar friamente e criteriosamente o que foi e o que envolveu a tentativa de implantação do sistema modal Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) e a sua não execução com   espera de 11 anos.

 

Isso, é algo assustador e incompreensível; pois essa obra começou a ser executada em junho de 2012 e deveria ser entregue em 2014, para a Copa do Mundo.

 

A não entrega do modal Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) que seria implantado na Região Metropolitana de Cuiabá, na data prevista em 2014.

 

Este modal, não foi implementado em decorrência da: vilipendiação dos valores éticos e morais, além da malversação  do dinheiro público.

 

É sabido por todos, quais motivos impediram a implementação do sistema modal Veículo Leve sobre Trilhos (VLT).

 

A não conclusão desse projeto alvissareiro aconteceu por suspeitas de corrupção e pagamento de propina para agentes públicos, conforme consta em delação premiada feita pelos próprios envolvidos.

 

Entre os agentes públicos presos; vão de:  Secretários a Governador de Estado.

 

Em 2018, eleito no primeiro turno, o governador Mauro Mendes na época (DEM), prometeu apresentar uma solução definitiva para esta novela Mexicana, envolvendo o (VLT) e seus atores principais.

 

A partir dessa promessa, o mesmo acabou entrando em rota de colisão com o Executivo Municipal (leia-se) Emanuel Pinheiro (MDB) prefeito de Cuiabá.

 

Tem-se início, a uma verdadeira guerra judicial, pois o prefeito é a favor do VLT enquanto do governador Mauro Mendes é a favorável ao   modal BRT.

 

Tenho certeza, que muitos adeptos à implantação do (VLT) mudaram de ideia em função do tempo de espera, e dos problemas ocasionados com a não implementação do modal proposto.

 

Em seu projeto inicial, árvores foram retiradas e algumas casas nas imediações foram desapropriadas e demolidas.

 

Nas avenidas em que as obras foram iniciadas em 2012 e que abrigavam grandes comércios, hoje porém, é difícil encontrar algum estabelecimento aberto, sem falar na grande cicatriz deixada por essa obra inacabada, restando apenas mato e sujeira.

 

Se tornando, lugar propício para ocorrência de acidentes, alguns até com vítimas fatais, além de deixar as cidades de Cuiabá e Várzea Grande feias e insalubres.

 

O processo de judicialização continuou por anos a fio, este processo trata-se de um fenômeno mundial por meio do qual importantes questões políticas, sociais e morais são resolvidas pelo Poder Judiciário, ao invés de serem solucionadas pelo poder competente, sejam este: o Executivo ou Legislativo.

 

Esse imbróglio já dura 11 anos, além dos problemas de corrupção, malversação do dinheiro público com o (VLT); após o governador Mauro Mendes agora (União Brasil), bater o martelo com a decisão de trocar o VLT pelo BRT; após rescisão contratual com o consórcio, que comprovadamente esteve envolvido em falcatruas, surge um novo problema ego e vaidade, por parte do Prefeito de Cuiabá Emanuel Pinheiro (MDB), que é contrário ao modal BRT.

 

A importância da conclusão dessa obra tendo como modal atual o (BRT), se dá por uma série de fatores entre os quais um é mais impactante, o aumento populacional.

 

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), até 2018 a população de Cuiabá era de 607.153 habitantes, enquanto que a população da conurbação em que se aplica o referido modal, envolvendo Cuiabá e Várzea Grande é de 889.162 habitantes.

 

Hoje por sua vez esse número é bem maior, e os corredores de deslocamento de carros continuam praticamente os mesmos, salvo raríssimas exceções.

A Política Nacional de mobilidade Urbana (PNMU), instituída em abril de 2012 pela Lei Federal 12.587, tem como finalidade, entre outras proposições, fomentar a integração entre os diferentes modos de transporte e a melhoria da acessibilidade e a mobilidade das pessoas e cargas.

 

É chegado o momento dos mandatários: tanto do poder Executivo Estadual como do Municipal se sentarem à mesa, e resolver de forma civilizada  de uma vez por todas, esse problema que se arrasta há  11 anos.

 

E quem acaba além de pagando impostos, acabam também pagando o pato; somos nós os contribuintes que precisamos do transporte coletivo de forma direta ou indireta para a melhoria da mobilidade urbana; caso essa queda de braço venha continuar por mais tempo, por certo, o transporte público em breve poderá colapsar.

 

Licio Malheiros é geógrafo.



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