Estradas de MT precisam de R$ 2,38 bilhões para recuperação

As condições de grande parte das estradas federais e estaduais em Mato Grosso não são boas. Pelo menos é o que mostra a 19ª Pesquisa CNT de Rodovias 2015, divulgada ontem. No Estado, foram analisados 4.640 quilômetros de extensão, dos quais 2.795 km (60,2%) apresentam algum tipo deficiência, sendo classificado como regular, ruim ou péssimo. Apenas 39,8% (1.845 km) tiveram classificação ótima ou boa.

Em todo o Brasil, foram percorridos mais de 100 mil quilômetros (57,3% têm alguma deficiência). Em Mato Grosso, a Confederação Nacional do Transporte estima que são necessários R$ 2,38 bilhões de investimentos para a reconstrução, restauração e a manutenção dos trechos de estradas danificadas.

No Estado, a pesquisa envolveu 17 rodovias. Entre elas, a MT-130, considerada como regular. As MTs-240 e 208 foram avaliadas como ruins. Entre as federais, estão a BR-364, que na classificação geral foi apontada como boa, e a BR-070, analisada como regular.

O trecho entre Cuiabá/Barra do Garças a Brasília/DF (englobando BRs como a 070, BR-158, BR-414, GO-060 e GO-070/BR-070) ficou na quarta colocação do ranking das 10 piores em todo o país, ficando atrás, por exemplo, de extensões que vão do município de Barracão a Cascavel, no Paraná (BRs163, 182 e 582).

Contudo, em todos os trechos de rodovias avaliadas no Estado, a pesquisa identificou 22 pontos com buracos grandes e considerados como críticos. Quanto ao pavimento, que considera as condições da superfície da pista principal e do acostamento, o estudo classificou como regular, ruim ou péssimo 56,7% da extensão avaliada no Estado, enquanto que 43,3% foram considerados ótimos ou bons. Outros 43,8% apresentam a superfície do pavimento desgastada.

A pesquisa também apontou a situação da sinalização nas pistas. Neste quesito, foram observadas a presença, a visibilidade e a legibilidade de placas ao longo das rodovias, além da situação das faixas centrais e laterais.
De acordo com o levantamento, 45,9% da sinalização têm problemas, no trecho avaliado no Estado. Em 54,1%, ela é ótima ou boa. Já em 24,2% não foram localizadas placas de limite de velocidade. “Analisando a extensão onde foi possível a identificação visual de placas, 10,8% da extensão apresentaram placas desgastadas ou totalmente ilegíveis”, aponta a CNT.

Outro quesito analisado foi a geometria da via (pista simples ou dupla), como a presença de faixa adicional de subida, de pontes, de viadutos, de curvas perigosas e de acostamento estão incluídos na variável geometria. Neste caso, ficou constatado que 71,9% não têm condições satisfatórias de geometria. Outros 28,1% tiveram classificação ótima ou boa. O Estado tem 96,0% da extensão das rodovias avaliadas na pesquisa de pista simples de mão dupla.

Para a CNT as rodovias com deficiência reduzem a segurança de quem circula por elas, além de aumentar o custo de manutenção dos veículos e o consumo de combustível. Em Mato Grosso, o acréscimo do custo operacional devido às condições do pavimento chega a 30,7% no transporte rodoviário.

Por meio da assessoria de imprensa, a Sinfra informou que a pesquisa levou em consideração a situação das rodovias no ano passado – e que neste ano “já apresenta sensível mudança em 2015, a partir das ações realizadas pela atual gestão”.

Conforme o planejamento da pasta, o Governo de Mato Grosso espera construir 500 novos quilômetros de rodovias – e que o secretário Marcelo Duarte já liberou 193 frentes de trabalho somente neste ano. (Folhamax)