Deputado: “Se tivessem armas não letais, não haveria morte”
O deputado estadual Elizeu Nascimento (PL) saiu em defesa dos policiais militares envolvidos na ação que resultou na morte de dois jovens nas últimas semanas, em Mato Grosso.
O parlamentar, que é policial da reserva, afirmou que é preciso que o Estado forneça armas de choque para os agentes.
Com certeza poderíamos ter um final diferente. O policial não tem outra alternativa a não ser fazer a sua legítima defesa
Diego Kaliniski, de 25 anos, foi morto após reagir a uma abordagem policial, em Vera. Ele foi alvo de ao menos seis tiros. Os militares envolvidos no caso foram afastados.
Em Cuiabá, um jogador de vôlei também foi morto pelos PMs após reagir a uma abordagem. De acordo com o boletim de ocorrência, Pablo Ferreira de Carvalho da Silva, de 25 anos, teria ido para cima dos policiais com uma picareta.
Para Elizeu, as mortes poderiam ter sido evitadas se a PM tivesse disponível armas não letais, do tipo “Spark” ou “Taser”, que servem para imobilização. Ele ainda cobrou um efetivo maior de agentes em municípios pequenos.
“Enquanto não temos uma equipe com quatro policiais em todas as viaturas de policiamento do Estado, teríamos uma oportunidade defensiva do próprio policial com um armamento menos que letal, que essa questão das Spark ou Taser, para que cada policial possa ter a sua cautela pessoal e permanente”, disse.
“Com certeza, poderíamos ter um final diferente. O policial não tem outra alternativa a não ser fazer a sua legítima defesa. Os equipamentos poderiam evitar um mal maior. A gente sente pelas famílias, não eram bandidos, mas as ações foram corretas”, complementou ele.
Requerimento
O deputado apresentou um requerimento pedindo que o governo compre e equipe as forças de segurança com armas não letais. A ação foi protocolada na última quarta-feira (15) na Assembleia Legislativa.
Na justificativa, Nascimento alegou que o governador Mauro Mendes (União), recentemente, fez a entrega de equipamentos do tipo aos policiais militares, mas que é preciso mais.
“Tive a oportunidade de trabalhar com este tipo de equipamento e impedir, por exemplo, o cometimento de suicídio, evitar que a pessoa tirasse a própria vida. Estes equipamentos contribuiriam muito em algumas ações”.
A entrega dos equipamentos aos policiais daria aos agentes da Segurança Pública uma nova opção.
“Contra bandidos armados, armamento letal, e no caso de surtos psicóticos, ele teria outra opção. Seria mais uma opção de proteger a vida policial e evitar que o final fosse aquele”.