“Foram tratados iguais animais no abate”, lamenta filho de vítima
A chacina de Sinop, ocorrida no feriado de Carnaval (21), deixou traumas aos sobreviventes e familiares das sete vítimas. Um dos filhos de Josué Ramos Tenório – que morreu no massacre -, disse que as vítimas foram tratadas como “animais em um abatedouro”.
Ninguém merece ser tratado igual um animal que vai para um abatedouro, que foi o que aconteceu lá
O depoimento de Cícero Dias foi exibido em uma reportagem do Fantástico, da TV Globo, no domingo (26).
“Ninguém merece ser tratado igual um animal que vai para um abatedouro, que foi o que aconteceu lá”, disse Cícero.
No fatídico dia, Edgar Ricardo de Oliveira, 30, e Ezequias Souza Ribeiro, 27, abriram fogo no Bruno Snooker Bar, após o primeiro perder cerca de R$ 4 mil em apostas de sinuca contra Getúlio Rodrigues Frazão Junior, 36.
Josué, que morava em Rondonópolis e trabalhava com venda de frutas, estava de passagem pela cidade quando resolveu parar no bar para assistir uma partida de futebol.
Pelas novas imagens da câmera de segurança do estabelecimento exibidas na reportagem, é possível ver Josué sentado próximo a uma mesa de sinuca, ao lado de outra vítima, Orisberto Pereira Sousa, 38 anos.
A filmagem, já no período da tarde, mostra que eles trocam de lugar quando Edgar e Ezequias chegam ao bar para novamente desafiar Getúlio.
Um dos sobreviventes da chacina, Luiz Carlos Barbosa, sobrinho de Getúlio, disse que percebeu o desconforto do tio com Edgar. “Eu olhei no semblante que ele não estava gostando”.
Após errar uma tacada, Edgar joga o taco na mesa, fala com Ezequias e sinaliza para que ele renda todos no bar. Em seguida, ele vai até sua Chevrolet S10, pega uma espingarda e começa a atirar.
O primeiro atingido foi Maciel Bruno de Andrade Costa, 35, o dono do bar. Depois, Edgar atira em Orisberto, e Ezequias dispara duas vezes em Elizeu Santos da Silva, 47.
O quarto a ser morto é Josué, seguido por Getúlio. Adriano Balbinote, 46, e Larissa Frazão de Almeida, de apenas 12 anos, tentam fugir, mas também foram assassinados por Edgar, com tiros nas costas.
“Nenhuma mãe se prepara para perder um filho. Eu não sinto absolutamente nada, a não ser uma tristeza. Um vazio sem explicação”, disse Silvana de Andrade, mãe de Bruno Maciel.
Fuga, morte e prisão
Depois da chacina, Edgar e Ezequias fugiram na caminhonete S10. O veículo foi encontrado na manhã de quarta-feira (22), em uma casa em obras no Bairro Vila Verde, em Sinop. Na ocasião também foi apreendida a espingarda do crime.
Na tarde do mesmo dia, Ezequias foi localizado por policiais do Bope em uma área de mata, a cerca de 15 km do Centro de Sinop, em direção ao Aeroporto. Ele morreu após entrar em confronto com os policiais.
Na quinta-feira (23), Edgar se entregou às autoridades e atualmente está preso em uma cela individual na Penitenciária Central do Estado (PCE), em Cuiabá.
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