MidiaNews | Um novo MT

Há exatos 40 anos, em 15 de março de 1983, tomei posse como o primeiro governador de Mato Grosso eleito democraticamente depois de 24 anos de Regime Militar.  Inspirado pelas ideias de Juscelino Kubitschek, de construção de um novo Brasil, dediquei meu governo à modernização do estado a partir do Programa 3E (Escolas, Energia e Estradas). 

 

No governo Júlio Campos foram construídas 2.160 quilômetros de estradas, conectando todo o estado antes conhecido como um dos últimos locais ainda inacessíveis da Amazônia. Foram pavimentadas a BR-163 para o Norte e a BR-070, na região de Cáceres no Polonoroeste.

 

Criamos também uma rede de conexão com Rondônia e o Sudeste, pelas BR-364 e a BR-174. Entre as vias estaduais destacam-se a MT-130, que conectou  Rondonópolis, Poxoréu e Primavera do Leste, e a MT-170 de Tangará da Serra até Colniza. 

 

Como compromisso de desenvolver o ensino construí mil salas de aulas, beneficiando quase 45 mil crianças e adolescentes. Um dos meus orgulhos foi  instituir a Fundação Centro Universitário de Cáceres (FUCUC), entidade fundacional, autônoma, vinculada à Secretaria de Educação e Cultura do Estado de Mato Grosso, que promoveu a pesquisa, o estudo e a divulgação científica, técnica e cultural e uma das sementes da Universidade do Estado de Mato Grosso – Unemat. 

 

A geração de energia em Mato Grosso foi acrescida de investimentos em geração, transmissão e distribuição.  Foram construídas seis pequenas centrais hidrelétricas  em Guarantã do Norte, Aripuanã, Juína, Paranaíta, São Domingos, Torixoréu e Primavera do Leste. Para ampliar a distribuição foi criada a Subestação do Pari, em Várzea Grande, e outras duas em Nobres e Tangará da Serra. A conexão com o Sistema Interligado Nacional (SIN) ganhou o aporte da Linha de Transmissão de Cachoeira Dourada (GO)/Cuiabá (MT). 

 

O sonho da casa própria foi tratado com seriedade. Os mato-grossenses ganharam 35 mil novas casas populares, com prestações acessíveis a todos, nos bairros do complexo do CPA, Tijucal, Morada do Ouro e Santa Amália, em Cuiabá. Bem como os residenciais Santa Isabel, Dom Bosco e Cristo Rei, em Várzea Grande. Além do complexo São José I e II, em Rondonópolis e outras casas financiadas pelo Banco Nacional de Habitação (BNH), em Barra do Garças.

 

Foram construídos mais de 80 postos de saúde no interior de Mato Grosso. Também foi empreendida a construção do Hospital Central, entregue em quase 70% e que está para ser finalmente concluído pelo governador Mauro Mendes.   Também participei da construção do Hospital Universitário Júlio Müller (HUJM), formalmente criado no âmbito da Universidade Federal de Mato Grosso por meio da Resolução n° 94/CD/83, e inaugurado em 31 de julho de 1984.

 

Na área do saneamento foram construídas as Estação de Tratamento de Água do Bosque da Saúde, em Cuiabá, e na Avenida Júlio Campos, em Várzea Grande. 

 

O turismo em Mato Grosso ganhou um pólo para a população menos favorecida com a construção do Complexo da Salgadeira, na MT-251, entre Cuiabá e Chapada dos Guimarães.  No Pantanal fizemos a adequação da Rodovia Transpantaneira, bem como a construção das primeiras pontes, ainda de madeira, por questões ambientais. 

 

Fico feliz de relembrar o quanto avançamos desde a minha gestão no Executivo Estadual. Hoje, como deputado estadual eleito com 33,8 mil votos,  sei que  ainda há muito por fazer, principalmente pelos menos favorecidos.  

 

O Mato Grosso que antes precisava de novos caminhos, hoje precisa de mais empregos para os que aqui chegaram. Esse crescimento econômico é possível por meio do desenvolvimento da agroindústria, do  apoio ao pequeno produtor e à agricultura familiar, da proteção do meio ambiente e dos povos tradicionais e indígenas. A geração de energia precisa seguir as novas demandas ambientais e o enfrentamento das mudanças climáticas, uma demanda mundial em prol das futuras gerações. 

 

O atual momento pede um olhar focado no social, com destaque para a redução das desigualdades regionais. Temos municípios extremamente ricos, de primeiro mundo e municípios pobres, com Índices de Desenvolvimento Humano (IDH)  abaixo da linha da pobreza. Precisamos discutir isso.  

 

Mato Grosso é um dos grandes produtores de alimentos, mas tem quase 99% de sua produção saindo in natura para China e todo o mundo.

 

É necessário que ao menos 25% dessa produção seja industrializada aqui. Precisamos trazer para o estado uma indústria de calçados e de tecelagem, bem como promover a industrialização da soja e do milho.  

 

Júlio Campos é deputado estadual.



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