Agentes cumprem busca e apreensão em residência de ex-prefeito e empreiteiro
As casas de um ex-prefeito de Campinápolis e de um empreiteiro de Barra do Garças foram alvos, nesta quinta (30), da Operação “Grande Truque” deflagrada pela Polícia Federal em Mato Grosso e Goiás para desarticular uma organização criminosa responsável por fraudar procedimentos licitatórios de um convênio entre a Prefeitura de Campinápolis e o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) para a construção de escolas indígenas nas comunidade Xavante.
De acordo com o delegado da Polícia Federal em Barra do Garças, Rafael Valadares, foram cumpridos cinco mandados de condução coercitiva, sendo três em Goiânia (GO), um Barra e um em Campinápolis, além de quatro de busca e apreensão em Barra, Nova Xavantina, Várzea Grande e Goiânia. Os mandados foram expedidos pela Vara Única da Justiça Federal em Barra.
Segundo o delegado, a operação foi fruto de um inquérito instaurado pela PF, em 2016, para apurar uma concorrência pública pela prefeitura, em 2012. A licitação foi cancelada pela suposta ausência de interessados, mas 13 dias após o cancelamento, o município abriu um novo processo com os mesmos critérios, serviços e obras.
O que chamou a atenção, conforme Valadares, foi que dois dias após a assinatura do contrato a empresa solicitou à prefeitura, antes mesmo da emissão de ordem de serviço, o realinhamento de preços. “O município, então, requereu ao FNDE aditivo solicitado pela empresa, mas com o índice de 37,14%, acima do valor imposto pela lei de licitações, que é de 25%,”, diz o delegado, informando que o convênio celebrado era no valor de R$ 3,9 milhões.
A Polícia Federal apurou até agora que a obra ainda não foi executada, causando um prejuízo ao erário público de aproximadamente R$ 450 mil. Os nomes das pessoas conduzidas coercitivamente, entre elas o ex-prefeito e o empreiteiro, não foram divulgados pela PF em cumprimento a uma norma da própria instituição que não revela nomes de pessoas investigadas. (RDNews)