Alvo de operação, delegado já foi acusado de crimes e suspenso
Alvo da terceira fase da Operação Renegados, deflagrada nesta terça-feira (21), o delegado aposentado da Polícia Civil, Douglas Turíbio Schutze, de 75 anos, tem um histórico de suspeitas sobre sua conduta.
Turíbio já respondeu por suspeita de crimes como concussão, corrupção ativa e obstrução da Justiça, além de ter sido alvo de ação por improbidade. No ano passado, ele chegou a ser punido com uma suspensão de 50 dias de suas funções.
Conforme apurado pela reportagem, em 2012 ele foi condenado a três anos pela acusação de concussão por, supostamente, ter exigido R$ 5 mil para deixar de lavrar um auto em flagrante. Por conta deste episódio, também foi alvo de uma ação por improbidade administrativa.
Já em agosto de 2020, Turíbio foi alvo de busca e apreensão na Operação Insídia, que investigava a morte de seis pessoas no Município de União do Sul (distante a 649 km de Cuiabá).
Segundo as investigações, o delegado, que estava lotado em Sinop, não teria participação nos homicídios, contudo estaria tentando atrapalhar as investigações a fim de proteger um fazendeiro suspeito pelos crimes.
Na época, o celular dele chegou a ser apreendido para as investigações, realizadas pelo Grupo de Combate ao Crime Organizado (GCCO).
No ano passado, Douglas Turíbio foi punido com uma suspensão de 50 dias de suas funções por conta de suspeita de infrações disciplinares, resultado de um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) instaurado na corporação.
A portaria não especificava o que levou à punição nem quais dispositivos da legislação ele teria infrigido. Na portaria, foram apontados apenas os artigos 219 e 220 do Estatuto da Polícia Civil, que dispõe sobre deveres do policial civil, bem como as “proibições, enquadradas como infrações administrativas”.
Operação Renegados
Turíbio e outras nove pessoas figuram entre os alvos da terceira fase da Operação Renegados, deflagrada na manhã de hoje (21), pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao crime Organizado (Gaeco) e a Corregedoria da Polícia Civil.
Ao todo, foram expedidos dez mandados de prisão e quatro de buscas e apreensão, em Cuiabá, Chapada dos Guimarães e Rondonópolis (veja lista no final da matéria).
A operação visa desarticular um grupo acusado de extorquir ladrões e traficantes usando informações repassadas por “olheiros remunerados”.
Os elementos informativos e provas colhidos durante as investigações demonstraram que o grupo era comandado por um policial da ativa, que se utilizaria de técnicas de investigação com o uso de equipamentos da Polícia Civil, além da facilidade de ser chefe de operação de uma delegacia da Capital, para facilitar e encobrir as ações do grupo.
As ações envolveriam a suposta prática de crimes graves como concussão, corrupção, peculato, roubo e tráfico.
A operação se fundamenta na continuidade da investigação conjunta realizada em Procedimento de Investigação Criminal (PIC) instaurado pelo Gaeco e em inquérito instaurado pela Corregedoria-Geral da Policial Civil.
Prisão preventiva:
- Edilson A. da Silva (policial civil)
- Alan Cantuario Rodrigues (policial civil)
- Paulo da Silva Brito (policial civil)
- Rogério da Costa Ribeiro (policial civil)
- Frederico Eduardo de Oliveira (policial civil)
- Domingos Sávio de Sant’Ana (ex-servidor público)
- Natália Regina Assis da Silva (ex-estagiária da Polícia Civil e namorada de Edilson)
- Julio Proença (policial civil)
- Kelle Arruda
Prisão preventiva e busca e apreensão:
Busca e apreensão domiciliar:
- Ronaldo Miranda
- Douglas Turibio Schutze (delegado aposentado da Polícia Civil)
- Karoline Magalhães
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