Moro diz que plano de assassinatos revela “ousadia assustadora”
O senador e ex-ministro da Justiça Sergio Moro (União Brasil-PR) afirmou nesta quarta-feira (22) que o plano da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) contra ele e outras autoridades revela “ousadia assustadora”, e ressaltou a necessidade de enfrentar o crime organizado.
Os fatos de hoje revelam uma ousadia que, se não maior, é igualmente assustadora
“Eu fico alarmado com essa escalada do crime organizado que estamos vendo no país. Estamos assistindo, atônitos, esses ataques à população civil no Rio Grande do Norte. Os fatos de hoje revelam uma ousadia que, se não maior, é igualmente assustadora”, disse, em discurso na tribuna do Senado.
“Desconheço, na história da República, um planejamento de organizações criminosas dessa natureza contra o promotor do caso, que investiga o PCC, mas especialmente contra um senador da República”, completou.
O senador também resgatou um projeto de lei que ele havia apresentado quando era ministro da Justiça e Segurança Pública para “aprimorar a proteção de agentes públicos, advogado, testemunha, jurado, intérprete ou perito, que estejam envolvidos no enfrentamento ao crime organizado”.
O texto torna crime o planejamento de ataque ou grave ameaça contra autoridades que atuam no combate ao crime organizado, e determina que a pena seja cumprida em presídio federal de segurança máxima. Moro pediu apoio dos colegas para aprovar a proposta e disse que o presídio federal é hoje “o instrumento mais eficaz” contra o crime organizado.
“Eles [condenados] sabem que ser transferidos para lá é o fim da linha, até por isso existe esse movimento de retaliação”, afirmou.
Como ministro da Justiça e Segurança Pública do governo de Jair Bolsonaro (PL), Moro atuou na transferência de vários chefes do PCC, entre eles Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, para o sistema penitenciário federal.
O principal chefe da organização criminosa foi transferido do sistema penitenciário estadual de São Paulo para a penitenciária federal em Brasília em fevereiro de 2019. Meses depois, seguiu para uma unidade federal em Rondônia e, depois, retornou para a capital federal.
A deputada federal Rosângela Moro (União Brasil-SP), esposa de Moro, acompanhou o discurso no plenário do Senado. Após a fala do ex-ministro, senadores de diferentes partidos manifestaram solidariedade e cobraram ações contra o crime organizado.
Parlamentares da oposição tentaram ainda associar o suposto plano do PCC à fala de um dia antes do presidente Luiz Inácio