Irmãs lembram décadas de dor e pedem que pai que matou mãe com 17 facadas seja punido
Um crime violento e sem justificativa assombrou, nos últimos 25 anos, a vida da família de Almira Olaria da Silva, morta com 17 facadas em março de 1998 em Cuiabá. O autor do crime, segundo a Polícia Civil, é o ex-companheiro dela e pai de suas filhas.
“Minha família fala que ela lutou muito com ele durante o ato, tanto que a casa estava toda revirada. Além dele dar 17 facadas nela tentou degolá-la
Osvaldo Paulino Silva foi preso no dia 27 de março, quando o crime completou 25 anos. Procurado por mais de duas décadas, ele se mudou de cidade em cidade usando documentos falsos até ser capturado em Cáceres.
As irmãs Naiara e Crystini Olaria da Silva, filhas da vítima e do acusado, em entrevista ao programa SBT Comunidade e ao MT Play, falaram sobre a perda e as circunstâncias do crime.
“Minha família fala que ela lutou muito com ele durante o ato, tanto que a casa estava toda revirada. Além dele dar 17 facadas nela, tentou degolá-la”, afirmou Crystini.
As irmãs contam que Osvaldo abandonou a esposa grávida da filha mais nova e começou a trabalhar em uma fazenda.
“Ela foi atrás dele para saber por que a largou e não ajudava com a gravidez. Foi quando descobriu que ele estava envolvido com outra mulher nessa fazenda. Ela [Almira] resolveu voltar e seguir a vida dela”, disse Crystini.
Mesmo tendo sido ele a abandonar a esposa, Osvaldo teria se sentido no direito de voltar e “retomar” a vida de casado com a vítima, que não o teria aceitado de volta.
“Queria reviver o casamento que já tinha acabado, mas ela já não queria mais nada com ele. Minha irmã tinha uns 6 ou 7 meses e ele ficou perseguindo ela, não aceitava de jeito nenhum que ela se envolvesse com outras pessoas”, afirmou Crystini.
Conforme as investigações, depois de cometer o crime, Osvaldo tentou esconder o corpo da ex em um poço em construção e, segundo as filhas da vítima, a Polícia encontrou o corpo em pé no poço com as mãos todas cortadas.
Em certo momento Osvaldo disse à família que agiu para se defender, versão essa que nem de longe as convence.
“Ele fala que ele foi se defender, a família dele fala isso, mas isso não é defesa, é crueldade e muita”, afirmou Crystini.
Agora as filhas só querem que a justiça seja feita, mesmo depois de tanto tempo.
“Por 25 anos ele ficou em liberdade, ele tem que pagar pelo ato que ele fez”, disse Naiara. “Queremos justiça, que ele fique preso e pague pelo que fez”, completou Crystini.