“Quero ser candidato; estou no PL há 20 anos e Abílio é intruso”

Após cinco mandatos como vereador, o presidente da Câmara de Cuiabá, Chico 2000 (PL), quer fechar seu ciclo no Legislativo. Seu projeto, a partir de agora, é se viabilizar como candidato a prefeito da Capital na eleição de 2024.

 

Ele sabe que vai enfrentar um embate interno na sigla com o deputado federal Abílio Brunini, que também tem a pretensão e é um dos nomes mais lembrados nas pesquisas.

 

Porém, o vereador alega que, por ter mais tempo de partido e ser presidente do diretório municipal, sai em vantagem na disputa.

 

“O presidente do diretório municipal sou eu. E a única forma de mexerem no diretório municipal sem conversar e discutir comigo é intervindo e destituindo a comissão que existe. E eles sabem que eu sou mais um nome do PL que está disposto a disputar a eleição para a Prefeitura”, afirmou em entrevista exclusiva ao MidiaNews.

 

“O Abílio, hoje, caiu de um caminhão de mudanças dentro do PL. O intruso [no PL] é o Abílio, não eu”, provocou.

 

Durante a conversa, o parlamentar ainda falou do trabalho da Câmara, das dificuldades do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) no segundo mandato e da missão que o Legislativo tem de discutir o futuro da cidade. 

 

Confira principais trechos a entrevista:

 

MidiaNews – O senhor assumiu recentemente a presidência da Câmara, um Poder que sofre desgaste acentuado perante a opinião pública. O que o senhor pretende fazer para melhorar essa imagem?

 

Chico 2000 – Primeiro buscando ser o mais correto possível, com a consciência tranquila. Para isso, precisamos fazer o que é justo e necessário. 

 

Queremos fazer um trabalho de valorização do servidor – seja efetivo ou contratado – porque são eles que dão o suporte para que Câmara consiga desempenhar o seu papel administrativo. Vamos valorizá-lo, dando cursos, preparando-os em diversos segmentos.

 

Nós também precisamos dar condições ao vereador para realizar o seu trabalho político com qualidade. Quando o vereador têm condições estruturais para fazer seu trabalho, quem ganha é a cidade e o cidadão.

 

Nós iremos levar a Câmara para perto das pessoas. Nós realizaremos ao menos duas sessões itinerantes por mês, em bairros diferentes. É uma forma de aproximar a Câmara da população. Em abril já queremos dar início a essas sessões.

 

MidiaNews – Quando tomou posse, o senhor anunciou que pretende construir uma nova sede da Câmara. 

 

Chico 2000 – Estamos à procura de uma nova sede. O prédio atual da Câmara é grande, subutilizado, com custo de manutenção alto, e nós precisamos construir um prédio menor, mais adequado para esta Casa, com estacionamento para receber bem as pessoas.

 

Mas esse é um projeto que deixaremos lançado. Outras legislaturas avançarão com ele.

 

MidiaNews – O senhor acha que a pecha de “Casa dos Horrores” é injusta? 

 

Chico 2000 – Extremamente injusta. O Parlamento está acima de todos nós. Nós, vereadores, cumprimos nossa missão e passamos. Mas essa Casa continua.

 

Se há algum ato, atitude ou outra coisa negativa, é de um vereador. Não é justo que uma atitude que desagrada a população seja jogada para cima de um parlamento que contribuiu e contribui para essa sociedade. Se há de existir alguma pecha, que exista sobre aquele que promoveu a negatividade.

 

MidiaNews – Quais são as pautas prioritárias da Câmara de Cuiabá? E quais os gargalos de Cuiabá? 

 

Chico 2000 – Nós precisamos discutir Cuiabá para daqui a 30 anos, com visão de futuro. Temos uma população que está envelhecendo. Precisamos melhorar e criar casas de acolhimento para os idosos. Hoje temos apenas uma casa, para 100 pessoas, e com mais de mil aguardando uma vaga.

 

O Município precisa enxergar o direito da mulher, do adolescente, da criança, mas principalmente o direito do idoso. E isso vai ser muito discutido nessa Casa.

 

Precisamos discutir o Rio Cuiabá, onde falam em criar usinas hidrelétricas. É positivo para Cuiabá? Ou vai fazer o Rio Cuiabá ter um monte de represa e tirar a fonte de subsistência daqueles que vivem da pesca?

 

Essa Casa tem muito o que discutir, mas infelizmente Cuiabá vive um momento difícil na administração municipal. Não vamos atribuir culpas, mas existem problemas e eles precisam ser resolvidos. E isso acaba fazendo com que as nossas sessões vivam em torno desses problemas diários, nos impossibilitando de fazer discussões de outros temas necessários.

 

MidiaNews – O trabalho da Câmara hoje é apagar incêndio. É isso?

 

Chico 2000 – Nós ficamos discutindo, buscando solução para o dia a dia, e acaba nos faltando tempo para discutir o futuro, uma Cuiabá melhor, um trânsito melhor, o Rio Cuiabá, ações para os idosos e outros segmentos.

 

Cuiabá é uma cidade linda. Linda pela sua humanidade. Cuiabá recebe as pessoas da mesma forma, com simplicidade, desejo de boa sorte e felicidade. Falo isso porque fui recebido assim por essa cidade. 

 

Cuiabá cresceu muito por conta da sua hospitalidade – feita por pessoas honestas e alegres. Mas esse crescimento brusco trouxe uma desorganização estrutural na cidade, e isso é uma pena. 

 

Uma pena porque as discussões precisam ser para frente, para que os próximos gestores tenham um planejamento a longo prazo, para que de forma gradativa possam retribuir ao cidadão. Cuiabá, hoje, ainda é uma cidade judiada, porque não é pensada pro futuro.

 

MidiaNews – O senhor citou que a administração de Cuiabá vive um momento complicado, com vários problemas. Refere-se à Saúde, que está sob intervenção?

 

Chico 2000 – A insatisfação desestrutura. Nós temos uma insatisfação coletiva com relação à Saúde. Aliado aos problemas da Saúde, vivemos o período com a maior quantidade de chuvas dos últimos 10 anos. E isso é um complicador em razão dos serviços de manutenção que precisam ser feitos na cidade. No período chuvoso não é impossível de se fazer, mas traz algumas dificuldades.

 

Isso, aliado com os problemas na Saúde, e na Educação, cria uma desestruturação na gestão e nos remete a uma situação que a gente todo dia discute sobre a mesma coisa e não consegue resolver nada. Essa é a verdade. 

 

Não se resolve nada porque não tem dinheiro. E se não aportar dinheiro, vai ficar difícil para resolver.

 

E por que falta dinheiro? Por má gestão, desvios, emprego de forma errada desses recursos, ou por falta de aporte de outros entes? Eu acho que por um conjunto de coisas. Por investimento errado. Perdeu-se a mão. Talvez tenham priorizado aquilo que não era prioridade. Falta de recursos dos outros entes federativos… Esse conjunto de coisas nos trouxe para situação atual. 

 

MidiaNews – O que falta para que o prefeito Emanuel Pinheiro dê soluções a esses problemas?

 

Chico 2000 – Na verdade, não é somente ao prefeito. Falta amor ao próximo para autoridades políticas dessa cidade e do Estado. Uma forma de amarmos o próximo é ajudando. Mas infelizmente, a impressão que nos passa é que para eles, quanto pior, melhor. Enquanto enxergarem dessa forma, nós vamos viver atolados no mar de sofrimento que estamos vivendo hoje na Saúde.

 

Nós precisamos refletir muito, porque não é só em Cuiabá. Cáceres está a mesma coisa, Barra do Garças, Sinop… Está faltando aporte de dinheiro nos municípios. Não podemos esquecer de mostrar que a Saúde cresceu, e assim, o custo também se eleva. E como a Saúde é tripartite, se as outras duas partes no aporte de recurso não acompanharem o crescimento da Saúde, vai faltar dinheiro.

 

Pacientes vêm do interior para serem atendidos aqui em Cuiabá, onde os repasses referentes a esses atendimentos não são feitos na íntegra [pela União e Estado] e acabam saindo do caixa da Prefeitura. 

 

Hoje existe uma equipe de intervenção em razão de uma medida judicial. Existem outros Poderes fazendo o acompanhamento desse trabalho, como o Tribunal de Contas do Estado, a Assembleia Legislativa e a Câmara. E nós queremos conhecer a verdade – se será prejudicial para A, B ou C, o problema é deles. 

 

MidiaNews – Conhecer a verdade? 

 

Chico 2000 – A Câmara contratou um auditor com profundo conhecimento no SUS (Sistema Único de Saúde) que está fazendo os levantamentos que queremos para que a gente tenha, nos próximos dias, o espelho da verdade.

 

MidiaNews – O senhor contestou nessa semana o suposto déficit de meio bilhão encontrado pela interventora na Secretaria Municipal de Saúde. O que há de errado nesse valor?   

 

Chico 2000 – Esse é o maior absurdo do século. O grupo da intervenção – não sei se por ineficiência, desconhecimento ou por maldade – na ansiedade de apresentar os números, esqueceu de incluir na soma a participação do Município.

 

Eles pegaram um orçamento para Saúde de aproximadamente R$ 1,5 bilhão, que é composto por três aportes, sendo uma parte do Governo Federal, Estadual e a diferença, para fechar a conta, é aporte do Município. Consta na peça orçamentária: R$ 546 milhões, contrapartida do Município de Cuiabá. E eles disseram que isso era o déficit. 

 

MidiaNews – Presidente, o senhor é aliado de Emanuel Pinheiro e pertence ao PL, partido do deputado federal Abílio Brunini, inimigo declarado do prefeito. O senhor se sente confortável nesta situação?

 

Chico 2000 – O Abílio é um problema dele. Não meu. O Abílio chegou no PL agora, em um momento de proveito, porque o PL foi o único partido que o aceitou. Eu estou no partido há mais de 20 anos, o Abílio há oito meses. 

 

O PL não está rompido com o prefeito, muito pelo contrário. O senador Wellington Fagundes, que é a principal liderança do PL no Estado, é amigo pessoal do Emanuel Pinheiro. O próprio Wellington liberou o PL em 2016 e em 2020, para apoiar Emanuel contra o Abílio. Então, o intruso é o Abílio, não eu, nem o partido. 

 

MidiaNews – O senador Wellington declarou na semana passada que o PL deve lançar um nome na disputa eleitoral da Capital em 2024, e citou o interesse do deputado Abílio. Nessa conjuntura, qual a posição do senhor?

 

Chico 2000 – Dizem que quem defende a candidatura do Abílio é alguém igual a ele, que é o presidente do diretório nacional do PL, Valdemar Costa Neto. Dizem, eu não sei. Nunca vi nenhuma declaração do Valdemar dizendo isso. A gente ouve o Abílio dizer, e o Abílio diz o que ele quer. 

 

O que digo, e o senador sabe disso, é que o presidente do diretório municipal sou eu. E a única forma de mexerem no diretório municipal sem conversar e discutir comigo é intervindo e destituindo a comissão que existe.

 

De outra forma, nem senador Wellington, nem Valdemar, nem Lula, nem Bolsonaro, irão mexer. Aqui tem presidente. Quem paga as contas do diretório municipal sou eu, vereador e presidente da Câmara Municipal Chico 2000.

 

Quer mandar no diretório municipal, pague as contas! E ninguém paga. Se quiser mandar, mete a mão no bolso e pague as contas. Caso contrário, vai ter que pedir permissão para mim ou destituir a comissão.

 

E é preciso lembrar que se eles quiserem destituir um presidente, que hoje é presidente do parlamento da Capital… E eles sabem que eu sou mais um nome do PL que está disposto a disputar a eleição para a Prefeitura. 

 

MidiaNews – E como fica essa briga dentro do PL – o senhor e o Abílio? Como será essa definição dentro do partido?

 

Chico 2000 – Nos próximos dias eu terei uma conversa com o senador Wellington. Eu só devo obediência e satisfação a ele, a mais ninguém. Foi ele que me autorizou a apoiar as duas campanhas do Emanuel, e uma delas contra o Abílio. O Abílio, hoje, caiu de um caminhão de mudanças dentro do PL.

 

O Wellington sabe muito bem que existe essa oficialização e a disposição de eu disputar a Prefeitura de Cuiabá.

 

MidiaNews – Então, se depender do senhor o Abílio não será candidato a prefeito?

 

Chico 2000 – O que eu digo é que eu também tenho a pretensão de ser candidato pelo partido. Mas, se internamente, o escolhido for o Abilio, eu como vereador eleito, irei apoiá-lo.

 

MidiaNews – O senhor disse, ao assumir a presidência, que esse seria seu último mandato como vereador. Isso, então, está mantido? 

 

Chico 2000 – Estou no quinto mandato, preciso abrir espaço para que outros consigam avançar nas suas pretensões.

 

MidiaNews – Nesse cenário hipotético da sua possível candidatura, o senhor admite um alinhamento com o prefeito Emanuel Pinheiro? 

 

Chico 2000 – Primeiro quero o apoio divino. Depois eu quero ter apoio do PL, começo por aí. A partir daí as composições acontecem da maneira que for importante para cidade.

 

MidiaNews – Não tem aliados em mente?

 

Chico 2000 – Nenhum. Emanuel, Mauro, João, Pedro. Nenhum. A população hoje, e pode ter certeza, é sábia. A população tem apanhado muito nos últimos anos, mas sabe o que é melhor para ela.

 

MidiaNews – A definição sobre a candidatura a prefeito da Capital será feita quando dentro do PL? Se será o senhor ou o Abílio… 

 

Chico 2000 – Nos próximos 30 a 60 dias. Mas nós nem sabemos se o Abílio estará elegível.

 

MidiaNews – Em tese, sim. O Tribunal de Justiça derrubou a cassação dele na Câmara, e o manteve elegível.

 

Chico 2000 – Ele foi cassado pela Câmara, foi mantida a cassação em juízo de primeiro grau. Depois, em uma decisão de segundo grau  – que eu respeito, mas discordo por completo – foi derrubada. Mas existe um recurso que irá subir ao STJ (Superior Tribunal de Justiça). A decisão final será do STJ. Ele irá sobreviver ao STJ? Não sei. 

  

MidiaNews – Nos últimos meses, a Câmara arquivou alguns pedidos de abertura de comissão processante contra o prefeito Emanuel Pinheiro, apesar de inúmeras denúncias contra a gestão. Estes pedidos não têm fundamento?

 

Chico 2000 – Alguns pedidos são mal fundamentados, outros sem justificativa de convencimento ou sem prova juntada. Não se pode falar em afastar um prefeito, que foi eleito pelo povo, sem que você tenha robustez nas denúncias.

 

MidiaNews – Esses arquivamentos não indicam uma subserviência do Legislativo?

 

Chico 2000 – De jeito nenhum! Aos meus olhos, não. Todos os vereadores são donos dos seus mandatos e agiram da maneira que entenderam que deveriam agir. 

 

Agora, eu não tenho dúvida que tão logo chegue nessa Casa algo substanciado, que não se tenha dúvidas a respeito do que houve, será aberto um processo de investigação, sim. Mas não é em cima de discurso excessivo, politiqueiro e de gritos que vão convencer essa abertura. Agora, com prova, evidência, consubstanciadas, naturalmente se abrirá.

 

MidiaNews – Qual a avaliação que o senhor faz da gestão do prefeito?

 

Chico 2000 – Nós precisamos enxergar os quatro primeiros anos de uma forma, e os dois últimos anos de outra. No primeiro mandato do Emanuel se trabalhou muito, e foi concluída a principal obra relacionada à Saúde dos últimos 50 anos, que é o Hospital Municipal de Cuiabá. Emanuel teve comprometimento, habilidade política para ampliar os recursos e concluiu a obra. 

 

A construção do HMC acabou com os “corredores da morte” que existiam no antigo Pronto-Socorro. 

 

Também foram construídos dois importantes viadutos na cidade que ajudaram a desafogar o trânsito. Foram erguidos prédios novos na Educação. Pavimentaram mais de 200 km na cidade. 

 

Tudo isso aconteceu na primeira gestão. Vejo esse período como positivo, houve avanços. Não podemos deixar de enxergar isso.

 

Agora, os primeiros dois anos do segundo mandato não vejo com tanto otimismo, vejo de forma não positiva. Ampliaram-se as denúncias, as operações policiais. Perdeu-se a mão na Saúde. E chegamos a esse ponto em que discutimos soluções todos os dias, mas não conseguimos sair do lugar, porque não se resolve sem dinheiro. Problemas se acumularam, e deveriam ter sido resolvidos no início. 

 

MidiaNews – Qual a sua projeção para esse restante de mandato de Emanuel?

 

Chico 2000 – Falo isso com muita tristeza. Depois dessa decisão do Tribunal de Justiça de tornar inconstitucional a revisão da planta genérica da cidade, que vai tirar uma arrecadação na ordem de R$ 50 a R$ 60 milhões… Imagina uma gestão que atravessa todas as dificuldades, ainda deixar de arrecadar. 

 

O IPTU era a tábua de salvação da gestão, onde conseguiria equacionar as contas atrasadas, “botar o pescoço para fora”, respirar e aí buscar outras fontes de recursos para alcançar o equilíbrio.

 

Então, com essa decisão, vejo de forma pessimista os próximos dois anos da gestão Emanuel.

 

MidiaNews – Esses R$ 60 milhões, se comparados aos R$ 4 bilhões do orçamento da Prefeitura, não parecem um volume tão expressivo.

 

Chico 2000 – Para quem deve muito, é muito. 

 

MidiaNews – Uma das polêmicas na Prefeitura tem sido a disputa VLT e BRT, que tem como pano de fundo a briga política entre o governador Mauro Mendes e o prefeito. Qual o modal o senhor defende e por quê?

 

Chico 2000 – Eu defendo o mesmo que já foi defendido pelo governador Mauro Mendes, que, enquanto prefeito, era a favor do VLT. Eu preciso conhecer as razões que o fizeram mudar de ideia, porque de repente eu concorde com ele. 

 

Não conheço razão para se trocar um modal em que já se gastou mais de R$ 1 bilhão e precisava de outro bilhão para concluí-lo. Desfazer tudo que fez para gastar outro R$ 1 bilhão em um novo? Continuo defendendo a ideia de que precisamos estar mais próximos da modernidade, e a modernidade é o VLT.

 

MidiaNews – Mas, por se tratar de uma obra estadual, o prefeito não deveria aceitar?

 

Chico 2000 – O que sei é que o Estado quer fazer uma obra em Cuiabá sem aprovar o projeto. Se eu for fazer uma casa, eu preciso apresentar o projeto na Prefeitura. O que o prefeito nos disse é que ele não concorda com o BRT, que o melhor seria a conclusão do VLT. Mas que quando o Governo apresentar todos os projetos corretos, ele não terá outro remédio a não ser autorizar a execução das obras. Sem projeto, ninguém mexe na cidade. 

 

MidiaNews – A propósito, como o senhor enxerga esse clima de guerra entre o prefeito de Cuiabá e o governador?

 

Chico 2000 – Extremamente ruim. É o perde-perde. Nenhum dos dois ganha. A população não ganha. Mas que infelizmente, você não consegue entrar e fazer reinar a paz, porque nenhum dos dois quer paz. Vamos ver até onde a população aguentará essa queda de braço.

  

MidiaNews – O senhor demonstra algum equilíbrio quanto à defesa do prefeito Emanuel Pinheiro, uma postura de situação moderada. É isso?

 

Chico 2000 – Eu não sou situação moderada, eu já fui. Hoje, estou presidente de um Poder, que tem 25 vereadores da base e oposição e conduzo as sessões de forma imparcial, respeitando os discursos e posições políticas de todos.

 

Mas, eu não posso esquecer que eu cheguei a ser, por vezes, um dos maiores defensores da gestão Emanuel Pinheiro no seu primeiro mandato. É natural, que mesmo de forma independente, sem pender para nenhum dos lados, eu preciso respeitar o passado que eu defendi.

 

Agora, respeitar o meu passado é uma coisa, defender o que está errado hoje é outra.