Polícia prende homem que explodiu bomba em supermercado

A Polícia Civil prendeu nesta quarta-feira (12), em Rondonópolis, o autor do ataque a bomba contra um supermercado da cidade, ocorrido na semana passada.

 

Na residência do suspeito, onde as equipes policiais cumpriram mandado de busca, foram apreendidos objetos utilizados na fabricação dos artefatos explosivos, como pólvora, mecanismo eletrônico de detonação à distância, munições, motocicleta e outros objetos usados no crime. 

 

Ele responderá pelos crimes de extorsão qualificada (com agravamento pela lesão causada nas vítimas) e explosão. 

 

A investigação realizada ao longo de uma semana pela Delegacia Especializada de Roubos e Furtos de Rondonópolis, com apoio da Delegacia Regional, Delegacia de Homicídios e Diretoria de Inteligência da Polícia Civil, chegou, primeiramente, na localização de um veículo que foi usado na ação. Após a identificação do proprietário, foi feita a representação busca e apreensão domiciliar, deferida pela 2ª Vara Criminal de Rondonópolis. 

 

Explosão 

 

Conforme a investigação da Polícia Civil, no dia 04 de abril, por volta das 8h30, o serviço de atendimento ao consumidor da rede de supermercados Tropical recebeu mensagens por aplicativo de uma pessoa que se dizia ser “membro de uma organização que efetua ações de altíssima violência” exigindo o pagamento de R$ 300 mil em moeda virtual, tipo Bitcoin, sob pena de um ataque contra as lojas da empresa. 

 

No mesmo dia, por volta  das 18h, em uma das lojas da rede, no Bairro Vila Operária, houve a detonação de um artefato explosivo que causou lesão corporal grave em duas pessoas, sendo uma delas uma criança de sete anos, além de lesões em outros clientes.

 

Após a denotação do primeiro artefato, o autor da mensagem fez novo contato com o atendimento ao consumidor da empresa exigindo, novamente, o pagamento sob pena de um novo ataque.  

 

Após tomar conhecimento dos fatos, a equipe de investigação da Polícia Civil orientou o imediato fechamento preventivo das lojas da rede de supermercado.

 

Em uma delas, no Jardim Tropical, foi localizado um segundo artefato explosivo. A Polícia Civil acionou as unidades especializadas – Gerência de Operações Especiais e Bope – para desarme e detonação. 

 

As equipes especializadas atestaram que se tratava de artefato explosivo bem elaborado, com acionamento por mecanismo eletrônico de detonação à distância. 

 

Nesta terça-feira, as equipes da Derf cumpriram o mandado na residência do suspeito, R.M.D.O, de 33 anos, localizada no Residencial Farias. No local foram apreendidos objetos utilizados na fabricação dos artefatos explosivos, como pólvora, mecanismo eletrônico de detonação à distância, munições, além da motocicleta e outros objetos usados no crime. 

 

O autor é barbeiro, não possui passagens policiais e confessou a autoria do crime. 

 

Conforme a apuração da Polícia Civil, ele planejou meticulosamente o crime e deu detalhes sobre a execução. A investigação apontou que, em outubro do ano passado, ele deu início ao projeto, com a compra de equipamentos para as bombas, escolha da vítima e planejamento operacional, como o estudo de câmeras de segurança e rotas de fuga. 

 

No dia 4 de abril, ele foi até a loja da rede de supermercado e fez o acionamento, após a recusa do proprietário no pagamento da extorsão.

 

Interrogatório

 

Durante interrogatório na Derf de Rondonópolis, R.M.D.O alegou que tem há mais de 15 anos que tem noção de manuseio de explosivos e fabricava bombinhas caseiras.

 

No ano passado disse que teve a ideia de causar prejuízos materiais em “quem tem muito dinheiro” e a rede de supermercado foi a primeira que veio em sua mente, devido ao grande fluxo de pessoas no local, pois poderia se camuflar no meio da multidão e implantar as bombas. 

 

O autor do crime disse ainda que 31 de março, por volta das 8h, colocou a primeira bomba no supermercado da Vila Operária. Após 30 minutos, o colocou a segunda bomba na loja do Jardim Tropical. 

 

Já em relação à extorsão, ele alegou que a intenção era colocar o dinheiro virtual em uma plataforma chamada Mixer, que reunia milhares de carteiras virtuais, com a intenção de dificultar o rastreio do dinheiro devido ao número expressivo de carteiras. 

 

O criminoso relatou ainda que prazo do pagamento era até o final da tarde do dia 04 de abril e após, foi de motocicleta ao supermercado e parou a aproximadamente 60 metros do local e acionou a bomba por controle remoto. No dia seguinte, o investigado enviou nova mensagem para saber se o estabelecimento comercial faria o pagamento da quantia exigida em Bitcoins e alegou que já não tinha mais a intenção de detonar a segunda bomba.

 

 

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