Delegada: “Com locutor preso, mãe e filha vão viver em paz”

O homem de 50 anos preso nesta segunda-feira (22) suspeito de estuprar a enteada em Sorriso foi identificado como um locutor de rádio da Cidade. A partir do inquérito policial, a delegada Jéssica Assis descreveu o homem como sendo “explosivo, agressivo e temperamental”.

Mas ele está segregado e agora elas vão poder viver a vida em paz

 

“As duas, tanto a genitora quanto a criança, sentem muito medo dele justamente por conta desse comportamento explosivo, agressivo, temperamental e irritadiço dele. Mas ele está segregado e agora elas vão poder viver a vida em paz”, disse a delegada.

 

O caso veio à tona na última sexta-feira (19) quando a menina de sete anos participou de uma palestra com psicólogos e percebeu que era vítima de violência sexual.

 

O “tio”, como ela chamava o padrasto, tocava apenas nas partes do corpo assinalado em vermelho, proibidas de serem tocados por outras pessoas fora de um contexto de higiene pessoal.

 

A menina passou por escuta especializada e a partir do depoimento contatou-se que ela era violentada há mais de um ano, sempre em ocasiões em que a mãe não estava na residência.

 

“Ela mencionou que estava muito triste, sentindo esse sentimento ruim, que esses abusos aconteciam quando a mãe não estava em casa e que aconteciam desde que eles moravam em uma casa mais antiga”, afirmou a delegada.

 

Apesar do depoimento, o locutor negou ter cometido o crime.

 

A Polícia representou pela prisão preventiva dele, que já tinha uma medida protetiva contra após ter agredido  a mulher. 

O modus operandi, muitas vezes, não é de violência, forçando a criança, mas dando presentes

 

A Polícia ainda irá ouvir algumas testemunhas e o locutor será indiciado por estupro de vulnerável e lesão corporal e violência psicológica cometidos contra a mãe da menina.

 

Vinculo de confiança

 

A delegada explicou que, na maioria dos casos, os abusadores usam do vinculo de confiança para com a família da vítima para cometer o crime.

 

“Geralmente, esses pedófilos estão acima de qualquer suspeita. São pessoas de boa comunicação, sedutoras, que conseguem envolver as crianças. O modus operandi, muitas vezes, não é de violência, forçando a criança, mas dando presente, convencendo e seduzindo”, afirmou.

 

A palestra que trouxe à tona o crime foi realizada no dia 18 de maio, no Nacional de Combate ao Abuso e a Exploração Sexual.

 

Alerta

 

A delegada alertou sobre a importância de tratar sobre o tema em casa e nas escolas. 

 

“Isso tem que ser conversado em casa, tem que ser conversado nas escolas, porque ninguém está a salvo. Esse tipo de agressão não escolhe classe social, não escolhe gênero, não escolhe cor”, disse.

 

“Vemos muitos casos de vizinhos, familiares e pessoas próximas que têm conhecimento das situações e ficam com medo de denunciar. Quem não denuncia diante de uma constatação de uma violência está cometendo um crime e uma imoralidade”, completou.

 

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