Homem foi “premiado” com drogas após matar jovem no Morro da Luz, diz delegado

A bárbara execução de Yasmin Wanderleia Miranda, de 18 anos, morta a pauladas no Morro da Luz, em Cuiabá, foi gratificada pelos criminosos com porções drogas dadas ao seu assassino, Rodrigo Nivaldo dos Santos, de 37 anos. A declaração foi dada pelo delegado Hércules Batista, da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) em entrevista concedida à imprensa, na tarde desta segunda-feira (3).

“Pessoas que não quiseram se identificar, relataram para a polícia, que ele teria recebido sim uma recompensa em drogas para cometer o homicídio”, afirmou o delegado.

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O motivo por trás do assassinato seria que Yasmin estaria vendendo drogas sem a autorização dos criminosos que administram o tráfico na região. Nas palavras do delegado, o tráfico paralelo era realizado pela vítima para que ela pudesse sustentar o próprio vício.

À época do homicídio, um possível relacionamento entre Yasmin e Rodrigo foi apontado, mas tal hipótese, agora, quase um ano depois do crime, caiu por terra.

“Não consta nos autos da investigação que ele seria o namorado dela. O que é certo, sim, que ficou apurado nos depoimentos, é que ela faria programas mesmo para sustentar o vício e também estaria atuando na distribuição dos entorpecentes”, explicou Hércules.

Prisão

Rodrigo está preso na penitenciária Agamenon, em Várzea Grande. Contudo, a prisão do homem está relacionada com outros crimes. Rodrigo ainda possuí várias passagens por tráfico de drogas, furtos e roubos.

O delegado explicou que Rodrigo, acerca do homicídio de Yasmin, continua a negar a autoria do crime e concorda em ceder material genético para que seja confrontado com um pé de chinelo, encontrado sob o corpo da jovem.

“É interessante aqui ressaltar que ele tem passagem por roubo, por tráfico de drogas, por vários crimes de roubo, vários crimes de furto, vários crimes também de porte de droga, então é um criminoso que já foi condenado pela justiça em outros casos, é um indivíduo que tem que estar segregado, e por essa razão a gente vai representar pela prisão preventiva dele. Já está preso no presídio de Agamenon, e nós representaremos pela prisão preventiva dele em razão para o homicídio.”, afirmou Hércules.

Histórico trágico

Yasmin Wanderleia Miranda, conforme informações, era dependente química desde os 11 anos de idade. Em outras ocasiões, quando ainda menor, Yasmin foi apreendida com drogas juntamente com diversas outras pessoas.

Ainda é investigado um possível abuso que Yasmin teria sofrido em casa antes dela viver nas ruas como usuária de drogas, mas as informações sobre este específico capítulo da história trágica de Yasmin ainda é apurado pela Delegacia Especializada de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (Deddica).

Um crime complexo

Nas palavras de Hércules, o crime demorou tanto para ser solucionado porque muitas pessoas não quiseram comentar o caso para evitar represálias do mundo do crime.

“Todo homicídio que está relacionado de alguma forma a drogas, ao comércio, ao tráfico de drogas, realmente é de difícil elucidação, porque a maior parte dos testemunhos não quer se envolver, justamente por medo de represálias. Então a gente encontrou esses obstáculos, mas a gente foi avançando, identificando pessoas, entrevistando, tudo foi materializado em relatórios de investigação em conta do inquérito policial”, comentou o delegado.

Estadão Mato Grosso