“Sistema prisional era um lixo, maior boca de fumo de MT”, afirma desembargador
O desembargador Orlando Perri, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso afirmou que as penitenciárias do Estado eram uma “boca de fumo”, mas que a atual realidade é outra. Segundo ele, a gestão do governador Mauro Mendes (União) promoveu melhora no sistema prisional mato-grossense
Perri esteve com a presidente do Supremo Tribunal Federal, a ministra Rosa Weber, em uma visita, na segunda-feira (24), à Penitenciária Feminina Ana Maria do Couto May e a Penitenciária Central do Estado (PCE), maior unidade prisional de Mato Grosso.
“O governador Mauro Mendes se manteve fiel à promessa de que investiria no sistema prisional. Há quatro anos era um verdadeiro lixo, celas onde deveriam caber oito pessoas chegamos a ter 60. Dormiam com a cabeça no vaso”, afirmou Perri em conversa com a imprensa.
“Há dez anos foi feita uma inspeção lá na PCE. Ali dentro, a Secretaria de Segurança recolheu mais de 20 quilos de droga, mais de 500 celulares e armas. É a maior boca de fumo de Mato Grosso”, acrescentou.
Há quatro anos era um verdadeiro lixo, celas onde deveriam caber oito pessoas chegamos a ter 60. Dormiam com a cabeça no vaso
Mudando as estratégias
O desembargador disse, durante discurso, que é necessário mudar as estratégias para lidar com o crime. Segundo ele, investir na ressocialização é o caminho mais produtivo.
“É preciso deixar essa ideia de sempre trabalhar com a criminalidade no aspecto repressivo. Treinar um militar é um ano de academia, o senhor [governador] sabe quanto custa. É muito caro manter a pessoa no cárcere”, afirmou.
“Hoje, em Mato Grosso, fazemos uma estimativa de que cada preso custa ao Estado R$ 4,3 mil. Cada vaga no sistema prisional custa, no mínimo, R$ 50 mil. Vamos continuar criando presídios e enxugando gelo?”, questionou.
Por fim, Perri afirmou que a Justiça deve procurar mecanismos que visem restaurar a segurança e evitar a criminalidade.
“A justiça precisa entrar com outros mecanismos para evitar a criminalidade. Começamos a trabalhar o ser humano, uma nova fase da execução penal. Temos que mudar nosso foco e atuar na prevenção. Dentro dos próximos anos, não vamos ter apenas o melhor sistema prisional do estado, mas o melhor sistema de justiça criminal”, completou.