A história de amor de humorista com Chevette incendiado em VG

O azul escolhido a dedo, bancos de couro, tapetes de crochê substituindo os carpetes. Assim era Júnior, o Chevette ano 93 da humorista Dalila da Varjagrande, cheio de personalidade.

Eu era a mãe do Júnior. Sempre falei que ele foi o meu primeiro filho

 

Dalila tinha o clássico há mais de uma década e o viu virar carcaça após ele ter sido alvo de um incêndio criminoso, na última terça-feira (25), quando uma pessoa tentou furtar a bateria do carro.

 

“Eu cheguei de manhã e vi ele já todo queimado. A princípio foi uma perda material. Falei: ‘Ah, eu compro outro’. Mas foi uma perda amorosa”, afirma.

 

“Eu era a mãe do Júnior. Sempre falei que ele foi o meu primeiro filho. Dava trabalho igual filho, dava despesa igual filho, cuidado igual filho, atenção. Está sendo muito triste”, diz.

 

A câmera de segurança de uma residência vizinha mostrou o ato de vandalismo. Possivelmente um curto deu início às chamas, que rapidamente se espalharam e consumiras o veículo.

 

As roupas da personagem “Comadre Nhenho”, interpretada pela artista, estavam no porta-malas e viraram cinzas, assim como todos os detalhes carinhosamente escolhidos para o possante.

 

“Tudo era muito pensado, com muito carinho. Eu mandei fazer o azul que eu imaginei. Comprei um esmalte, passei no dedo e falei ‘eu quero o carro dessa cor aqui’”, relembra. Junior foi pintado em “Azul Universo Perolado”.

 

Dalila conta que às vezes deixava de fazer coisas para ela para poder equipar e fazer a manutenção do seu Chevette.

 

“Semana passada encontrei uma colega e falei: ‘Não sei se eu mando lavar Júnior ou se eu faço uma selagem no meu cabelo’. Eu trocava minhas coisas para fazer para ele”.

 

Após o acidente

 

O Chevette 93 modelo Júnior entrou na vida de Dalila depois dela sofrer um acidente na garupa da motocicleta do então marido.

 

Em um dos desvios para as obras da Copa do Mundo, próximo ao Shopping Goiabeiras, havia óleo na pista e, mesmo estado a 30 km/h, o veículo acabou derrapando.

Arquivo pessoal

Dalila da Varjagrande

Dalila posando em cima do Chevette

 

“Eu fui caindo e ralando, caindo e ralando. Perdi o dedo e fiz três cirurgias para recuperá-lo tenho placa de titânio”, relembra.

 

Com medo de um novo acidente Dalila usou o dinheiro do seguro DPVAT para comprar um carro.

 

“Ele [Júnior] estava exposto perto da minha casa. Aí eu passei e falei: ‘Olha que carrinho bonitinho, eu só trocaria o azul dele’. Na época o meu marido fez toda a negociação”. A escolha se deu em especial pelo valor, R$ 4 mil.

 

“Eu não tinha carteira e tirei para dirigir Júnior”.

 

Homenagem

 

Há uma semana, antes mesmo de tudo acontecer, Dalila procurava por um tatuador para estampar na pele o amor dela pelo clássico.

 

“Eu estava procurando um tatuador para tatuar a Júnior sem nem saber que ia pegar fogo, que ia acabar. Mas ainda vou fazer”, disse.

 

“Eu morava dentro do Júnior. Lá eu tinha sapato que eu nunca nem usei. Meus óculos de vista, meus óculos de sol. Eu entrava no carro e escolhia o que ia usar. A roupa da Comadre Nhenho ficava dentro do carro também”.

 

Dalila tem recebido várias homenagens com vídeos que ela filmava com o possante.

 

“Nossas condolências ao grande Júnior, sempre será relembrado pelos momentos de alegria”, dizia uma das publicações.

 

A humorista organizou uma vaquinha online para conseguir comprar outro carro. O veículo era usado para trabalhar.

 

Quem tiver interesse em contribuir com qualquer valor basta acessar o link da Vaquinha e doar.

 

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