Chefe de quadrilha preso tenta recuperar motocicleta apreendida, mas justiça nega
O.J.O.S.M., preso na Operação Gênesis por lavagem de dinheiro e estelionato, entrou com um processo para recuperar sua motocicleta XRE apreendida pela polícia. Ele é apontado como chefe de quadrilha que aplicava golpes em todo o Brasil. O homem alegou que a moto foi adquirida de forma lícita e apresentou a nota fiscal, mas os argumentos não convenceram o juiz Jean Garcia de Freitas Bezerra, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, nesta quarta-feira, 4.
“Rejeito o pedido em sua integralidade, inclusive quanto à nomeação de terceiro interessado pelo próprio Requerente, tendo em vista que, uma vez evidenciada a origem ilícita do bem, não faria sentido permitir que alguém de sua confiança dele se utilizasse, situação da qual o próprio acusado se beneficiaria ainda que indiretamente”, decidiu o magistrado.
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Para sustentar a decisão, o juiz explicou que a lei não permite restituir bens que interessam ao processo antes do julgamento final. E caso o bem, neste caso a motocicleta, for fruto de ato ilícito não poderá ser devolvido, exceto em casos que os bens forem de outras pessoas, como no caso do furto.
Bezerra também traz nos autos parte do interrogatório de O.J.O.S.M. em que ele confessa praticar os golpes e que não possui trabalho fixo retirando toda a renda dos crimes aplicados. O juiz também analisou que a motocicleta foi adquirida em 2022, quando ele já praticava o crime de estelionato.
“No caso em apreço, verifica-se que, ao menos por ora, não é possível proceder à restituição do veículo, uma vez que há razoáveis indícios de que este é fruto indireto dos crimes perpetrados. Nesse sentido, convém salientar que o requerente foi denunciado nos autos por supostamente liderar organização criminosa voltada à consecução de lavagem de dinheiro e múltiplos estelionatos”, sustentou o magistrado.
SOBRE O CASO
O.J.O.S.M. foi preso em março de 2023 e se tornou réu em maio do mesmo ano. Ele é apontado como o chefe da quadrilha que já movimentou mais de R$ 1 milhão na capital.
Ao todo, 32 pessoas foram denunciadas pelo crime de estelionato em Mato Groso, sendo nos municípios de Cáceres, Cuiabá, Santo Antônio do Leverger e Várzea Grande.
As investigações identificaram várias vítimas em todo o Brasil. O grupo agia nas redes sociais e conseguiu alcançar pessoas da Bahia, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio Grande do Sul, Roraima, São Paulo e Tocantins.
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