Relatório da CPMI do 8 de Janeiro pede indiciamento de 3 de MT

O relatório da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro propôs o indiciamento de três mato-grossenses. 

 

São eles: o presidente da Aprosoja Brasil Antônio Galvan; o vice-presidente da Aprosoja Mato Grosso Lucas Costa Beber; e o ex-candidato a vereador por Comodoro, Alan Diego dos Santos Rodrigues, condenado na Justiça por tentar explodir o aeroporto de Brasília.

 

O documento foi lido na manhã desta terça-feira (17).

 

A senadora Eliziane Gama (PSD-MA), relatora da CPMI, ainda pediu o indiciamento de outras 58 pessoas, entre elas o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por associação criminosa, violência política, abolição violenta do estado democrático de direito e golpe de Estado. 

 

O relatório foi concluído após cinco meses de trabalhos e conta com 1.333 páginas – veja integra AQUI.

 

A votação do relatório deve ocorrer na quarta-feira (18).

 

O relatório apontou Galvan e Costa Beber como financiadores dos atos que resultaram na depredação dos prédios dos Três Poderes em Brasília.  

 

Eles são integrantes do Movimento Brasil Verde e Amarelo (MBVA), que segundo o relatório foi responsável pelo envio de caminhões para Brasília e pelos bloqueios rodoviários realizados logo após o resultado das eleições de 2022. Galvan é apontado como líder do movimento.

 

“Os integrantes do MBVA agiram com o claro propósito de questionar a lisura do processo eleitoral e apoiaram a pauta golpista de intervenção militar pelas Forças Armadas”, diz trecho do relatório.

 

A relatora pede o indiciamento deles pelos crimes de abolição violenta do estado democrático de direito e golpe de Estado.

 

Bomba em aeroporto de Brasília

 

Já Alan Diego é apontado, na CPMI, pela tentativa de explodir uma bomba no aeroporto de Brasília no dia 24 de dezembro do ano passado. Pelo caso ele já foi condenado na Justiça do Distrito Federal. 

 

Ele, junto a George Washington de Oliveira Sousa (comparsa de Alan) e Wellington Macedo de Souza – também acusado pelo crime – tem proposição de indiciamento pelos crimes de associação criminosa, abolição violenta do estado democrático de direito e golpe de estado.

 

Outros indiciados

 

A senadora também pede o indiciamento de integrantes militares do governo Bolsonaro: general Braga Netto, ex-ministro da Defesa; general Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional; general Luiz Eduardo Ramos, ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência.

 

Também estão na lista de indiciamento nomes próximos a Bolsonaro e que atuaram em órgãos de segurança no governo anterior, como o ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres, e o ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal, Silvinei Vasques. Eliziane também sugere o indiciamento da deputada federal Carla Zambelli.

 

O relatório recomenda ainda a criação do Memorial em Homenagem à Democracia, a ser instalado na parte externa do Senado Federal, reforçando que o Brasil é um Estado democrático de Direito e que, no dia 8 de janeiro de 2023, a democracia foi atacada.

 

Deputados e senadores da oposição ainda vão apresentar os votos em separado (relatórios paralelos), com foco em suposta omissão do Governo Federal no dia do ataque, nas prisões de manifestantes e na recusa da acusação de golpe pelo ex-presidente Bolsonaro.

 

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