Restos mortais de maranhenses não são localizados em suposto cemitério clandestino
A Polícia Civil ainda não conseguiu localizar os restos mortais dos quatro maranhense sequestrados e executados por membros de uma facção criminosa há mais de dois anos, em Cuiabá. Novas buscas foram feitas na manhã desta segunda-feira, 6 de novembro, em um suposto cemitério clandestino localizado na região do Osmar Cabral. O local onde a facção criminosa teria desovado dezenas de cadáveres, além dos maranhenses, se tornou alvo de uma disputa por grileiros.
As informações foram repassadas à imprensa pelo delegado Caio Fernando Alvares de Albuquerque, da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Segundo Caio, as denúncias sobre a localização dos restos mortais dos maranhenses sempre levam os policiais àquele lugar.
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“Aquele local onde a gente olhou pela manhã é um local que sempre as informações depõem que lá estão os corpos. Se vocês forem analisar, estivemos bem próximo dali [em uma casa], quando fomos realizar uma perícia. Aplicamos luminol em uma residência e acusou sangue humano nessa residência”, disse o delegado, relembrando detalhes passados da investigação.
Segundo Albuquerque, a casa onde foram encontrados vestígios de sangue fica a pouco menos de um 1,5 km do local das buscas de hoje, na outra margem do Rio Coxipó.
As investigações apontam que as vítimas teriam sido espancadas e torturadas antes de morrer.
ÍNDÍCIOS SUFICIENTES
As buscas pelas ossadas continuam. Porém, segundo Albuquerque, sua localização não deve influenciar na situação carcerária dos suspeitos, pois há vários indícios que comprovam o crime brutal. Esses indícios estão descritos no inquérito policial, que possui quase 4 mil páginas e mais de 10 volumes de informações colhidas ao longo dos anos de investigação.
“As autorias (do crime) só se confirmam. Tudo indica que vamos localizar os corpos. “Mas, ah, se não localizar?” Pouco importa. Às vezes para a família é ruim ouvir isso. Queremos muito localizar os corpos, tá? E o principal objetivo é para dar à família o direito de sepultar os restos mortais. Mas, para a investigação criminal, o que foi produzido, é o que a gente sempre fala, para levar alguém a júri. Indício suficiente de autoria (criminal), tem de sobra”, explicou o delegado.
Por motivos de segurança, o delegado não revelou quais serão os próximos alvos da investigação policial.
O CRIME
Tiago Araújo, de 32 anos, Paulo Weverton Abreu da Costa, 23, Geraldo Rodrigues da Silva, 20, e Clemilton Barros Paixão, 20, foram sentenciados a morte por uma facção criminosa, por supostamente integrarem o grupo rival à ela. Os quatro homens vieram do Maranhão com suas famílias, em busca de trabalho. Eles desapareceram de suas casas, no bairro Jardim Renascer, no dia 2 de maio de 2021.
Além de matar as vítimas, os bandidos também coagiram os familiares a voltarem para o Maranhão, sob ameaças de morte. A investigação apurou que as vítimas foram cruelmente mortas – sofreram decapitação, amputação dos dedos e uma delas foi atingida por um disparo no peito. Outras duas vítimas foram mortas com disparos na nuca.