Juri inocenta Coronel Sales e outros 4 por morte de preso

O juri popular absolveu, por unanimidade, o coronel da reserva da PM Leovaldo Emanoel Sales da Silva, atual secretário municipal de Ordem Pública de Cuiabá, no caso da morte do detento Cláudio Andrade Gonçalves, em dezembro de 1996.

 

O juri ainda designou pela inocência de outros quatros réus. São eles: o capitão da PM Mariano Cassiano de Camargo; o sargento Ângelo Cassiano de Camargo; e os soldados Douglas Moura Lopes e José Luiz Vallejo Torres.

 

A conclusão foi feita por volta das 22h20min desta segunda-feira (6), após 13 horas de julgamento. O juri era composto por quatro pessoas.

 

O juiz Marcos Faleiros conduziu a audiência na 1ª Vara Criminal de Cuiabá. 

 

Após o anúncio da absolvição dos réus, o promotor de Justiça Jorge Paulo Damante disse que não irá recorrer da sentença.

 

Segundo a denúncia do Ministério Público Estadual, em dezembro de 1996, uma rebelião no antigo presídio do Carumbé culminou na fuga de 50 presos. Por conta disso, o 3º Batalhão da Polícia Militar, que estava sob o comando do coronel Sales à época, foi acionado.

 

Horas depois, cerca de 15 presos foram recuperados nas redondezas do presídio, entre eles Cláudio Andrade Gonçalves, que sob o pretexto de que estava ferido, seria levado juntamente com um outro detento – sem identificação – ao então Pronto Socorro da Capital. Ocorre que os dois presos desapareceram após o caso.

 

Os cinco foram denunciados por homicídio duplamente qualificado.

 

A defesa do Coronel Sales é feita pelo advogado Wanderley Alves e Raul Marcolino; do PM Mariano Camargo pelo advogado Hélio Nishiyama; e de Douglas Lopes por Neyman Monteiro. Os réus Ângelo Cassiano de Camargo e José Luiz Vallejo Torres são representados pela Defensoria Pública.

 

O caso

 

Conforme a denúncia, Claúdio e o colega não foram levados ao hospital e sim executados. O MPE chegou a essa conclusão após reportagem da TV Centro América mostrar Claúdio sendo colocado em uma viatura sem ferimentos.

 

 Em 6 de janeiro de 1997, um mês após a fuga, dois cadáveres, com sinais de execução, foram achados na estrada de Barão de Melgaço, e foram enterrados como indigentes no cemitério público municipal de Campo Santo, no Parque Cuiabá.

 

Tempos depois foi realizada a exumação dos corpos, a pedido do MPE, e se comprovou que um deles era Cláudio de Andrade.

 

“E, por esses motivos, teria, em tese, demonstrado a fuga dos detentos, bem como a execução destes perpetrada por Policiais Militares, com a determinação de seu Comandante”, consta em trecho dos autos.

 

As defesas atacaram a tese do MPE. O advogado Helio Nishiama, por exemplo, apontou falhas na denúncia e na investigação do caso.

 

“Se o Claudio está morto, quem da policia militar teria matado?”, questionou ao apontar que não há provas concretas nos autos que indicaria que seu cliente, Mariano, teria assassinado Claudio.

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