Polícia prende autores de chacina; garimpo motivou a matança
Duas pessoas envolvidas em uma chacina em que quatro pessoas foram cruelmente assassinadas no ano de 2020, na saída de um garimpo ilegal no município de Aripuanã tiveram mandados de prisão preventivas cumpridos pela Polícia Civil, nesta quinta-feira (16), na Operação Garimpo do Inferno.
Identificados em investigações realizadas em inquérito policial instaurado pela Delegacia de Aripuanã, os suspeitos respondem por quatro homicídios triplamente qualificados mediante recompensa, meio cruel e a emboscada. Um dos investigados também responde por estupro de uma quinta vítima, que escapou da morte por estar grávida.
Entre as vítimas estão três pessoas da mesma família, Leoncio José Gomes, que era conhecido como “Malhado”, sua esposa, Elziene Tavares Viana, a “Babalu”, e o filho do casal, Luiz Felipe Viana Antonio da Silva, além de um amigo do casal, Jonas dos Santos, que estava junto a sua esposa, que mesmo sendo liberada da morte, foi vítima de sequestro e estupro.
Segundo as investigações, o crime foi motivado pela disputa de espaço dentro do garimpo. Quatro pessoas tiveram a participação identificada no crime, sendo os dois líderes da ação criminosa, assassinados durante as investigações.
Com base nas investigações e identificação dos suspeitos, foi representado pelos mandados de prisão contra os dois suspeitos vivos, que foram deferidos pela Justiça e cumpridos nesta quinta-feira (16), nas cidades de São Paulo (SP) e Goiânia (GO). Além da prisão dos investigados, a ação resultou na apreensão de armas e munições que estavam em posse do alvo de Goiás.
Os mandados foram cumpridos por policiais da Regional de Juína e de Cuiabá, junto a equipe da Gerência Estadual de Polinter e Capturas (Gepol) e coordenação do delegado Eric Márcio Fantin
Relembre o caso
O crime ocorreu no dia 23 de novembro de 2020, quando as vítimas seguiam na caminhonete da família sentido ao garimpo e foram abordadas na estrada por quatro homens armados.
As duas vítimas do sexo masculino (Malhado e Jonas) foram rendidas e obrigadas a entrar na caminhonete dos criminosos, enquanto um dos suspeitos assumiu a direção da caminhonete da família, levando as outras vítimas.
Os criminosos seguiram com as vítimas pela estrada de Juína até entrarem em uma área de mata, onde assassinaram as vítimas, sendo primeiro executado os homens e em seguida, a mulher e o seu filho. A quinta vítima somente foi poupada por estar gestante, sendo dito pelos criminosos, que eles não matavam mulher grávida.
A gestante foi levada pelos criminosos, que durante a fuga capotaram o veículo no meio da estrada. A vítima foi obrigada a caminhar pela estrada com um dos criminosos, até conseguirem uma carona, até Juína. Na cidade, o criminoso ameaçou a vítima e disse que compraria passagem para ela voltar para seu estado de origem e lhe daria dinheiro, se ela ficasse com ele.
A vítima foi mantida em cárcere e estuprada em um hotel da cidade, sendo posteriormente liberada pelo suspeito após o abuso.