“Foi preso com roupas íntimas das vítimas; é um predador sexual”
O delegado de Polícia Civil Bruno França, responsável pela investigação da chacina que vitimou uma mãe e suas três filhas na noite de sexta-feira (24), em Sorriso, afirmou que o pedeiro Gilberto Rodrigues dos Anjos, de 32 anos, autor confesso do crime, é um “predador em série”.
A premeditação é óbvia, porque ele morava na obra ao lado do local do crime e, como todo predador sexual, já vinha espreitando as suas vítimas
“A premeditação é óbvia, porque ele morava na obra ao lado do local do crime e, como todo predador sexual, já vinha espreitando as suas vítimas. Ele foi preso com roupas íntimas das vítimas. Não há maior demonstração de que se trata de um predador em série”, disse França nesta segunda-feira (27).
“A alegação de que a droga seja responsável não convence a Polícia Civil. Primeiro porque esse rapaz ja é foragido por estupro e tentativa de homicídio, exatamente igual, em Lucas do Rio Verde. E ele é um latrocida foragido da cidade de Mineiros, em Goiás”, continuou.
A chacina ocorreu na residência das vítimas, localizada ao lado da obra onde Gilberto trabalhava e residia. O delegado revelou que após receber a denúncia informando que o pedreiro tinha mandados de prisão em aberto, foi até a construção onde ele estava.
“Nós iniciamos uma série de entrevistas com todas as pessoas e, ao perceber que o cidadão estava faltando com a verdade e entrando em contradição, nós começamos a pressioná-lo e descobrimos que ele morava na obra”.
Assim, os investigadores pediram os calçados de todos que trabalhavam na obra e, segundo o delegado, o chinelo de Gilberto correspondeu a uma pegada de sangue na cena do crime.
“Percebeu-se ainda que ele tinha uma falha no cabelo e, considerando que a vítima tinha arrancado muito cabelo do agressor, nós confrontamos ele com as informações e ele imediatamente já confessou ser o autor do crime”.
“Chegando na delegacia ele confessou o crime e entregou as roupas que usou para cometê-lo. [Também] entregou as roupas íntimas das vítimas que havia levado como souvenir e apontou qual seria a faca do crime”.
Apesar da confissão de Gilberto, o delegado reiterou que é necessário aguardar o fim da investigação para, de fato, ter certeza de que ele seria o autor e o único envolvido na chacina.
São quatro mulheres mortas, três foram esgorjadas, uma foi asfixiada de forma manual. Das quatro, três foram estupradas
“A gente tem que ver se tinha mais gente envolvida, se ele realmente fez isso sozinho, se existe algum tipo de comparsa. No momento, o que nós temos é uma tragédia. São quatro mulheres mortas, três foram esgorjadas, uma foi asfixiada de forma manual. Das quatro, três foram estupradas”.
“A gente espera nunca ter que passar pelo que nós, a nossa cidade e todos os policias envolvidos passaram hoje. Eu acredito que ninguém mais vai ser a mesma pessoa depois de passar por essa situação”.
Ao fim do depoimento na delegacia na tarde desta segunda-feira (27), Gilberto foi transferido para o presídio Ferrugem, em Sinop, após receber ameaças de linchamento da população que se revoltou com o crime.
O caso segue sendo investigado pela Polícia Civil.
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