TJ nega semiaberto a ex-PM condenado por roubo a bancos

O Tribunal de Justiça de Mato Grosso negou revogar a prisão do ex-policial militar Uesdra de Souza, condenado a mais de 19 anos de reclusão por integrar uma organização criminosa especializada em roubos a bancos, em Cuiabá.

 

A decisão é da Segunda Câmara Criminal do TJ, em sessão realizada nesta quarta-feira (20). Os desembargadores seguiram por unanimidade o voto do relator, José Zuquim Nogueira.

 

Uesdra cumpria a pena em regime semiaberto desde a condenação, em 2019, mas voltou ao regime fechado no ano passado por descumprimento reiterado das medidas cautelares impostas.

 

A defesa recorreu ao TJ alegando ausência de “falta grave” nos descumprimentos em relação ao regime semiaberto.

 

Durante a sessão, o desembargador Rui Ramos classificou como “inaceitável” os reiterados descumprimentos por parte do condenado.

 

“Com a devida vênia, são inúmeros os registros de desligamento da tornozeleira eletrônica. E depois vir dizer que isso não é muito? Isso é inaceitável”, afirmou.

 

Ramos ainda chamou atenção para a falta de efetividade da tornozeleira eletrônica no cumprimento da prisão em regime semiaberto. Para ele, a Lei de Execução Penal aniquilou o semiaberto.

 

“Talvez a tornozeleira eletrônica fosse boa para a última fase, o regime aberto. Mas aceitou-se para o regime semiaberto, que se tornou absolutamente nada. Na prática, [o regime semiaberto] é nada. Essa é a verdade”, afirmou.

 

A condenação

 

Além de Uesdra, foram condenados Everton Pereira de Oliveira, Jorge Marcelo Souza Nazário, Antonio Fernandes dos Santos, Josimar Gomes Amado e Jairo Garcia Boa Sorte.

 

Todos foram alvos da Operação Lepus, deflagrada pelo  Grupo de Combate ao Crime Organizado (GCCO), em 2017.

 

As investigações identificaram pelo menos três roubos a banco cometidos durante 2016 em Cuiabá, causando prejuízo superior a R$ 2 milhões aos estabelecimentos bancários.

 

Dentre eles o da agência do Banco do Brasil, do Bairro Jardim Industriário, no dia 1º de abril de 2016.

 

Na ocasião, os assaltantes usaram fardamento militar para entrar na agência sem levantar suspeitas e ficaram por várias horas no local, fazendo os funcionários de reféns.

 

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