Ser “pessoa abastada” não anula crimes de Carlinhos, diz MPE

O Ministério Público Estadual (MPE) emitiu parecer contra o habeas corpus que pede a soltura do empresário Carlos Alberto Gomes Bezerra, réu confesso do assassinato da ex-companheira, Thays Machado, e do namorado dela, William Cesar Moreno.

Vê-se, portanto, que o comportamento do paciente demonstra descaso para com a Justiça

 

No documento, o procurador de Justiça Gerson Barbosa afirmou que Carlinhos “demostra descanso com a Justiça” e o “fato dele ser abastado não anula os crimes”.  O HC será analisado pelo desembargador Marcos Regenold Fernandes, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso.

 

A defesa do empresário alega “constrangimento ilegal” na decisão que determinou seu retorno à prisão, em fevereiro deste ano, por descumprimento reiterado do recolhimento domiciliar.

 

Segundo a defesa, os descumprimentos constatados por meio do monitoramento eletrônico são, na verdade, falhas técnicas da própria tornozeleira eletrônica, caracterizadas pela apresentação de “pontos soltos” no mapa de monitoramento. Também argumenta que a saúde do empresário permanece sensível.

 

No parecer, o procurador afirmou que a decisão que decretou a nova prisão preventiva não se baseou nos pontos que, em tese, seriam duvidosos, mas sim em dados concretos, inclusive apresentados pelos próprios advogados ao justificarem as saídas do réu. 

 

“Vê-se, portanto, que o comportamento do paciente demonstra descaso para com a Justiça e falta de compromisso com a benesse concedida, além de indicar que sua soltura constitui efetivo risco à sociedade, o que não é surpresa, diante da acentuada gravidade das condutas por ele perpetradas, das circunstâncias que permearam os crimes e do clamor público gerado”, afirmou.

 

Já em relação a saúde do empresário, o procurador ressaltou que o estabelecimento prisional possui condições para atender as necessidades médicas dele. 

 

“De fato, não se entende por qual razão o tratamento para com o réu Carlos Alberto Gomes Bezerra deveria ser diferente dos demais detentos, uma vez que, além de não comprovar a extrema debilidade de sua saúde, o fato de o paciente tratar-se de pessoa abastada, filho de político com extensa carreira no Estado de Mato Grosso, não anula os crimes por ele praticados”, concluiu.

 

O crime 

 

O crime aconteceu no dia 18 de janeiro do ano passado, quando Thais e William saíam do apartamento da mãe dela, no Bairro Consil.

 

Os dois foram surpreendidos pelo empresário, que os esperava do lado de fora e fez os disparos fatais. 

 

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