MP pede que advogada de facção tenha direito de advogar suspenso

O Ministério Público Estadual (MP-MT) pediu ao juiz da 5ª Vara Criminal de Sinop que suspenda a permissão de advogar de Jéssica Daiana Maróstica. Ela é investigada por, supostamente, integrar o “braço jurídico” do Comando Vermelho e foi presa na Operação Gravatas, deflagrada no último dia 12 de março. O pedido é do promotor de justiça Marlon Pereira Rodrigues.

O promotor explicou que o pedido de afastamento da profissão se sustenta no argumento de que apesar de ela desempenhar um papel primordial na justiça, isso não a isenta das responsabilidades com os crimes cometidos. 

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A defesa de Jessica pediu pelo indeferimento do requerimento do promotor e argumentou que ela atuava a mando de seu superior, Roberto Luís.

“Esta dinâmica foi estabelecida sem qualquer envolvimento ou conhecimento por parte de Jéssica se havia a existência de atividades ilícitas ou não cometidas por Roberto. Esse aspecto reforça a inexistência de justa causa para a imputação de crimes a ela”, argumentou a defesa.

O juiz da 5ª Vara Criminal de Sinop ainda não julgou o pedido do promotor e nem os argumentos da defesa da suspeita.

Na mesma operação outros advogados também foram alvos, porém apenas Jéssica está em prisão domiciliar e por isso o MP entrou com o pedido. 

Entenda o caso

A Operação Gravatas, que revelou diversos nomes de advogados e até um policial militar que estavam envolvidos com o Comando Vermelho, trouxe mais alguns detalhes sobre a ação da facção criminosa que, coordenada com os advogados, estava “em cima” das ocorrências, chegando até a monitorar a viatura do município de Tapurah para saber quando um faccionado seria preso.

A rede de monitoramento do crime ia muito além e, segundo a investigação, o policial militar Leonardo Qualio, estacionado em Sinop, repassava os boletins de ocorrência e mandados de prisão para as lideranças da facção que estão presas.

Com a divulgação da informação, os criminosos podiam se organizar com mais clareza, chegando a saber com antecedência como seria a ação da Polícia.

Além de Jessica e Leonardo, foram denunciados Hingritty Borges Mingotti (advogada), Tallis de Lara Evangelista (advogado), Roberto Luís de Oliveira (advogado), Paulo Henrique Campos de Aguiar (vulgo noturno), Robson Júnior Jardim dos Santos (vulgo Sicredi) e Thiago Telles (vulgo dark).



Estadão MT