Vídeo mostra PF encontrando arma na casa de irmão de Márcia
Imagens feitas por policiais federais mostram o momento em que eles encontram um revólver na casa do empresário Antônio Ernani Kuhn, irmão da primeira-dama de Cuiabá Márcia Pinheiro e alvo da Operação Miasma.
O vídeo mostra um policial pegando objetos de dentro de um cofre, enquanto o outro manuseia o revólver e retira sua munição.
Na manhã desta terça-feira (28) Antônio foi alvo de um mandado de busca e apreensão em sua residência, no Edifício Diplomata, no Bairro Araes. Ele foi preso em flagrante por não ter o registro da arma.
Para ser liberado, a Polícia Federal arbitrou fiança de R$ 30 mil ao empresário.
Uma outra imagem da Operação Miasma, também divulgada pela Polícia Federal, mostra o momento em que os policiais encontraram R$ 35,7 mil no endereço de um dos alvos, em Cuiabá. Não há, entretanto, informações sobre o proprietário do dinheiro.
Conforme vídeo divulgado pela PF, o montante foi encontrado em uma sacola rosa embaixo de um dos travesseiros de uma cama. Nas imagens é possível ver quatro maços de notas de R$ 100 e R$ 50.
A ação visa combater possíveis crimes de fraude à licitação e peculato contra a Secretaria Municipal de Saúde do Município de Cuiabá.
Foram cumpridos 32 mandados de busca e apreensão em cidades de Mato Grosso, Amazonas, Tocantins e Distrito Federal.
A operação
A Operação Miasma tem duas frentes. A primeira tem como objetivo aprofundar as apurações acerca da formalização e execução de contratos de locação de vans e ambulâncias pela Secretaria Municipal.
É nesta investigação que houve o cumprimento de mandados de busca e apreensão contra os parentes de Márcia Pinheiro: Antônio Kuhn, seu filho Ernani Rezende Kuhn e sua nora Camila Nunes Guimarães Kuhn.
Também foram alvos mais 11 pessoas físicas, cinco empresas e a Gerência Administrativa de Transporte da Secretaria Municipal de Saúde.
Os alvos são suspeitos de fraude à licitação e peculato em dois contratos que totalizam R$ 1,7 milhão firmado pela Secretaria de Saúde com SMT Transportes e Veículos Especiais.
As diligências evidenciaram que os veículos empregados na execução dos serviços não pertenciam à empresa contratada, que não possuía capacidade técnica para atender à contratação.
Dentre os veículos empregados na execução contratual, constatou-se a utilização de automóvel registrado em nome do pai de um dos servidores públicos responsáveis pela fiscalização do contrato.
Segunda frente
A segunda frente, desenvolvida com a colaboração da Controladoria-Geral da União (CGU), apura a contratação de empresa para o fornecimento de software de gestão documental, por valor aproximado de R$ 14 milhões.
As apurações apontam indícios de montagem no processo de adesão à ata de registro de preço, com participação de diversas empresas parceiras, bem como que a liberação e pagamento das licenças do software não possuíam correlação com a efetiva implantação e adesão à funcionalidade.
Após o pagamento de mais da metade do contrato, o ente público, por portaria, estabeleceu o uso de sistema de informação diverso para a gestão documental da unidade.
O nome da operação, Miasma, deriva do significado da palavra: “emanação que supostamente provocaria a contaminação de doenças infecciosas e epidêmicas”, fazendo alusão aos desvios cometidos pelo grupo criminoso, que repercutem no mau atendimento da saúde à população cuiabana e, por conseguinte, na proliferação de doenças.
Veja vídeos: