Prints revelam ex-diretor de presídio cobrando R$ 20 mil por transferência de presos do CV

Prints de conversas de WhatsApp revelam que o ex-diretor do presídio do Carumbé e atual presidente da Fundação Nova Chance (Funac), Winkler de Freitas Teles, que foi alvo da Operação Ragnatela, deflagrada nesta quarta-feira (5) pela Polícia Federal, cobrava o valor de R$ 20 mil para transferir lideranças do Comando Vermelho da Penitenciária Central do Estado (PCE) para presídios de menor rigor penitenciário para facilitar o diálogo entre os faccionados soltos.

Conforme as investigações da Polícia Federal, os presos queriam  mater contato com o membros do Comando Vermelho, em especial com  o empresário e dono do bar Dallas, Willian Aparecido da Costa Pereira, conhecido como “Willian Gordão”, é apontado pela Polícia Federal como um “testa de ferro” do Comando Vermelho.

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O esquema ainda contava com a participação de Luiz Otávio Natalino, policial penal de Mato Grosso. 

“Por derradeiro, descortinou-se um esquema de transferência de lideranças do Comando Vermelho para presídios de menor rigor penitenciário, a fim de possibilitar a comunicação com os demais integrantes que estão em liberdade, em especial Willian vulgo “Gordão”, mediante o recebimento de considerável valor em dinheiro, a título de propina, o qual conta com a importante participação de Luiz Otávio Natalino, Policial Penal do Estado de Mato Grosso, em conluio com o ex-diretor do presídio de Carumbé Winkler de Freitas Teles a época do fato (atualmente presidente da Fundação Nova Chance). Doravante, sinteticamente expendido o contexto ao qual o presente incidente está inserido, passo à análise das medidas cautelares perseguidas pela Autoridade Policial”, consta na decisão.

SOBRE A OPERAÇÃO

Aproximadamente 400 policiais cumprem oito mandados de prisão preventiva e 36 de busca e apreensão nos estados de Mato Grosso e Rio de Janeiro, além do sequestro de imóveis e veículos, bloqueio de contas bancárias, afastamento de servidores de cargos públicos e suspensão de atividades comerciais. As ordens judiciais foram expedidas pelo Núcleo de Inquéritos Policiais da Comarca de Cuiabá.

Equipes da FICCO identificaram que criminosos participavam da gestão de casas noturnas em Cuiabá. Com uso dessa estrutura, o grupo passou a realizar shows de cantores nacionalmente conhecidos, custeados pela facção criminosa em conjunto com um grupo de promoters.

As investigações apuraram que os acusados repassavam ordens para a não contratação de artistas de unidades da Federação com influência de outras organizações criminosas, sob pena de represálias deliberadas pela facção criminosa.

A ORCRIM contava com o apoio de agentes públicos responsáveis pela fiscalização e concessão de licenças para a realização dos shows, que agiam sem observância da legislação de posturas e recebendo, em contrapartida, benefícios financeiros.

Durante as apurações, identificou-se também esquema para a introdução de celulares dentro de presídios; bem como, a transferência de lideranças da facção para estabelecimentos de menor rigor penitenciário, a fim de facilitar a comunicação com o grupo investigado que se encontrava em liberdade.

Dois dos principais alvos da operação acabaram sendo presos pela Polícia Federal neste último sábado 1/6, quando desembarcaram em aeroporto do Rio de Janeiro fazendo uso de documentos falsos e posse de grande quantidade de dinheiro em espécie e joias. Posteriormente, foram recolhidos no sistema penitenciária fluminense e também presos por força dos mandados de prisão da presente investigação.

A FICCO/MT é uma força-tarefa composta pela Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Judiciária Civil e Polícia Militar e tem por objetivo realizar uma atuação conjunta e integrada no combate ao crime organizado no estado do Mato Grosso.



Estadão MT