Alvos de operação movimentaram R$ 40 milhões lavando dinheiro em boates

 

Os alvos da Operação Ragnatela movimentaram cerca de R$ 39,3 milhões com esquema de lavagem de dinheiro em Cuiabá. Entre os alvos estão servidores, empresários, vereador, Dj e blogueira. A operação foi deflagrada na manhã desta quarta-feira, 8, em Cuiabá, e tem o objetivo de desarticular o núcleo do Comando Vermelho, maior facção criminosa do estado de Mato Grosso, responsável por lavagem de dinheiro em casas noturnas cuiabanas.

Entre as contas que mais movimentaram dinheiro foi a do coordenador de cerimonial da Câmara Municipal de Cuiabá e promoter de festas Rodrigo de Souza Leal. Entre 2018 e 2022, “Leal” movimentou R$ 13,5 milhões.

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Além da movimentação em constas bancárias, os envolvidos adquiriram ao longo das movimentações bens luxuosos, como carros conversíveis, imóveis e lotes em municípios do interior de Mato Grosso.

No documento, os alvos de operação aparecem movimentando grande quantidade de dinheiro.  Segundo os autos, o valor é fruto do tráfico de drogas do Comando Vermelho que era lavado em estabelecimentos comerciais e transações bancárias.

VEJA MOVIMENTAÇÃO BANCÁRIA

* Rodrigo de Souza Leal (vulgo “Leal”) – movimentou R$ 13,5 milhões entre 2018 e 2022
* Willian Aparecido da Costa Pereira (vulgo “Gordão”) – movimentou R$ 781,9 mil entre 2018 e 2021
* Dallas Bar – movimentou R$ 6,7 milhões entre 2021 e 2022
* Espresso Lava Car e Complexo Beira-Rio – movimentou R$ 5,3 milhões entre 2018 e 2022
* Strick Pub Bistro e Restaurante – movimentou R$ 8,5 milhões entre 2021 e 2022
* Kamilla Beretta Bertoni – movimentou R$ 1,5 milhões entre 2018 e 2022
* Dom Carmindo Lava Jato e Conveniência – movimentou  R$ 3 milhões entre 2020 e 2022

SOBRE A OPERAÇÃO

Aproximadamente 400 policiais cumprem oito mandados de prisão preventiva e 36 de busca e apreensão nos estados de Mato Grosso e Rio de Janeiro, além do sequestro de imóveis e veículos, bloqueio de contas bancárias, afastamento de servidores de cargos públicos e suspensão de atividades comerciais. As ordens judiciais foram expedidas pelo Núcleo de Inquéritos Policiais da Comarca de Cuiabá.

Equipes da FICCO identificaram que criminosos participavam da gestão de casas noturnas em Cuiabá. Com uso dessa estrutura, o grupo passou a realizar shows de cantores nacionalmente conhecidos, custeados pela facção criminosa em conjunto com um grupo de promoters.

As investigações apuraram que os acusados repassavam ordens para a não contratação de artistas de unidades da Federação com influência de outras organizações criminosas, sob pena de represálias deliberadas pela facção criminosa.

A ORCRIM contava com o apoio de agentes públicos responsáveis pela fiscalização e concessão de licenças para a realização dos shows, que agiam sem observância da legislação de posturas e recebendo, em contrapartida, benefícios financeiros.

Durante as apurações, identificou-se também esquema para a introdução de celulares dentro de presídios; bem como, a transferência de lideranças da facção para estabelecimentos de menor rigor penitenciário, a fim de facilitar a comunicação com o grupo investigado que se encontrava em liberdade.

Dois dos principais alvos da operação acabaram sendo presos pela Polícia Federal neste último sábado 1/6, quando desembarcaram em aeroporto do Rio de Janeiro fazendo uso de documentos falsos e posse de grande quantidade de dinheiro em espécie e joias. Posteriormente, foram recolhidos no sistema penitenciária fluminense e também presos por força dos mandados de prisão da presente investigação.

A FICCO/MT é uma força-tarefa composta pela Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Judiciária Civil e Polícia Militar e tem por objetivo realizar uma atuação conjunta e integrada no combate ao crime organizado no estado do Mato Grosso.

Estadão MT