PF: investigado fotografava maços de dinheiro para prestar contas
Os policiais que atuaram na Operação Ragnatela, deflagrada para investigar um esquema de lavagem de dinheiro de uma facção criminosa em Cuiabá, encontraram no celular de Willian Aparecido da Costa Pereira, o “Gordão”, diversas imagens de maços de dinheiro.
Conforme os investigadores, as imagens eram repassadas para lideranças da maior facção criminosa de Mato Grosso, que estão presos em penitenciárias do Estado.
Gordão foi preso e teve sua residência vasculhada na última quarta-feira (5), alvo da operação deflagrada pela Ficco-MT (Força Integrada de Combate ao Crime Organizado). A investigação o aponta como um dos donos do Dallas Bar e “testa de ferro” de um dos líderes da facção em Mato Grosso, Joadir Gonçalves, o “Jogador”.
No celular de Gordão foram encontradas ao menos sete imagens de maços com alta quantia de dinheiro, divididos em notas de R$ 100 e R$ 50.
A investigação aponta que Gordão, entre outras funções, era o responsável de recolher dinheiro de outros faccionados relacionado à venda de entorpecentes.
“As fotos com dinheiro são comumente tiradas pelos faccionados para prestar contas com as lideranças que estão cumprindo pena em estabelecimento penal. Trata-se de uma estratégia utilizada (…) durante o período denominado de ‘recolhe’”, explicou a Ficco-MT.
Veja imagens:
Operação Ragnatela
A operação visou desarticular um grupo criminoso que montou um esquema de lavagem de dinheiro de uma facção criminosa, em Cuiabá. O grupo investigado adquiriu casas noturnas e lavava o dinheiro por meio da realização de shows nacionais de MCs ligados à facção.
De acordo com a investigação, o dinheiro que “Jogador” investia na aquisição de casas noturnas e realização de shows saía do recolhimento da venda de drogas, função desempenhada por Joanilson de Lima Oliveira, conhecido como “Japão”, e João Lennon Arruda de Souza.
“Gordão” seria o testa de ferro de “Jogador”, que era proprietário do antigo Dallas Bar e Strick Pub. Ainda conforme as investigações, ele transferia os valores para os promotores de eventos Rodrigo Leal e Jardel Pires, com objetivo de custear parte dos shows no Dallas e outras casas noturnas.
A Ficco-MT é composta pela Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Civil e Polícia Militar de Mato Grosso.
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