Vereadora diz que Emanuel tem “poder de mando” na Câmara

A vereadora Maysa Leão (Republicanos) criticou o que ela chama de “poder de mando” do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) sobre a Câmara Municipal. E disse ainda que muitos vereadores se dizem oposição, mas votam conforme ele ordena.

Percebemos que o prefeito ainda tem ‘crédito’ com vereadores que se posicionam como oposição, mas que verdadeiramente não são

A parlamentar deu a declaração após mais uma Comissão Processante contra o gestor ser barrada na Casa de Leis. O requerimento, de sua autoria, citava o não pagamento de R$ 30 milhões em emendas parlamentares que seriam destinadas a cirurgias eletivas. Segundo a Câmara, o valor colocaria fim à fila de oito mil pessoas que aguardam por atendimento. 

A comissão, se aprovada, poderia cassar o mandato de Emanuel. Segundo a vereadora, o prefeito mobilizou uma força-tarefa para pressionar os vereadores a votarem contra o requerimento – que foi barrado por doze votos contrários e dez favoráveis.

“Cuiabá está penalizada. Então eles [vereadores] estavam desconfortáveis na votação, mas têm compromissos que eles firmaram com o gestor. Isso demonstrou que ele tem poder de mando nessa Casa Legislativa que não tem independência, que está na mão do gestor. Tivemos surpresas [na votação]. Percebemos que o prefeito ainda tem ‘crédito’ com vereadores que se posicionam como oposição, mas que verdadeiramente não são, ainda estão maleáveis”, disse.

“Percebemos essa pressão pelo gestor para que os vereadores votassem contra essa processante. Por ter um objeto único e simples, ela tinha chances de cassar o prefeito. Então houve uma força-tarefa para que os vereadores ‘dessem corpo’ [aos votos contrários]. Desde o momento que apresentei o requerimento, vi vereadores cabisbaixos e desviando o olhar, mostrando que votariam com o prefeito devido a uma pressão”, acrescentou.

Maysa completou prevendo que os serviços públicos podem chegar ao fim do ano em estado de calamidade devido à indiferença de Emanuel aos problemas da cidade.

“Se ficarmos com essa gestão da forma que está, Cuiabá vai chegar ao fim do ano em calamidade pública em todos os setores, especialmente na Saúde, que tem sido o ‘calcanhar de Aquiles’. Até porque não existe, por parte do prefeito, um compromisso de se eleger novamente, então ele não vai arrumar o que não fez até agora”, completou.

A votação foi realizada na sessão de terça-feira (4).

Veja como cada vereador votou:

Contra a cassação:

Adevair Cabral 

Didimo Vovó 

Edna Sampaio 

Jefferson Siqueira 

Lilo Pinheiro

Marcrean Santos 

Marcos Brito 

Mario Nadaf 

Renivaldo Nascimento 

Rodrigo Arruda e Sá 

Sargento Vidal 

Wilson Kero Kero 

A favor:

Cezinha Nascimento 

Demilson Nogueira 

Dilemário Alencar 

Luiz Fernando 

Eduardo Magalhães 

Eleus Amorim  

Felipe Correia 

Michelly Alencar 

Rogério Varanda

Sargento Joelson 

Ausentes:

Chico 2000

Kassio Coelho

Paulo Henrique