Samara Felippo diz que filha foi proibida de falar
Samara Felippo usou as redes sociais, nesta quarta-feira (12/6), para expressar sua revolta após uma movimentação no processo que apura o caso de racismo sofrido por sua filha de 14 anos na escola onde estuda. O caso envolvendo Alícia aconteceu em abril deste ano.
“Vítima de racismo explícito ocorrido na escola, no dia 22 de abril, minha filha, de 14 anos, foi proibida de manifestar-se no processo que apura a conduta de suas ex-colegas de escola, agressoras que inclusive confessaram a prática de racismo. Onde a escola também reconheceu o ato racista”, dizia o texto.
A atriz contou que a jovem terá que ficar calada, sem apresentr a sua versão dos fatos. “Ela poderá participar da audiência, mas calada, sem o direito de apresentar sua versão dos fatos. Uma vez que as agressoras já foram ouvidas e contaram suas versões”, falou.
Samara Felippo continuou: “Por que um ato infracional análogo ao crime de racismo, confessado pelas agressoras, está sendo tratado como violação de direito autoral? Ou seja, está sendo tratado como se as agressoras somente tivessem rasgado um trabalho escolar e ponto. Existe uma frase violenta de cunho racista no interior do caderno. Por que isso não está sendo levado em conta?”, questionou.
A artista revelou que, até o momento, não foi ouvida pela Justiça. Nem mesmo o advogado da família foi ouvido, segundo ela.
“O que mais ouvi nesse processo de denunciar o racismo vivido pela minha filha na escola foi: ‘Estão te dando ouvidos porque você é famosa! É branca. A Justiça para você funciona!’ Então eu estou aqui porque realmente estou assustada com o andar das coisas. Até o momento a Justiça não me ouviu, não ouviu minha filha, meus advogados”, disparou.
“Não estou lutando somente pela minha filha, venho há anos, através das minhas redes, denunciando casos de racismo. Não sei o que pensar sobre essa decisão. Meus advogados estão tomando as providências, mas estou estarrecida. A relativização do racismo persiste”, finalizou.
O episódio de racismo contra a filha de Samara Felippo aconteceu na Escola Vera Cruz, em São Paulo. Em entrevista ao Fantástico a atriz contou que estragaram um trabalho da adolescente e escrevam uma frase de cunho racista no caderno.
“A gente chegou em casa e eu vi a Alicia debruçada na mesa, tendo que refazer cada linha. Ela chorava compulsivamente porque estragaram o trabalho dela. É impossível uma mãe não sentir raiva nesse momento. Eu não quero ver minha filha chorando. Nenhuma mãe quer”, relatou.
“Arrancaram todas as páginas de um trabalho que ela fez com muito capricho e dentro do caderno tinha uma frase de cunho racista gravíssima”, contou a atriz.
Ao Fantástico, o coordenador da escola afirmou que a instituição reconheceu o ocorrido como racismo.
“A Alicia nos trouxe a questão, e fomos imediatamente a todas as salas do nono ano, onde a fala sobre o ocorrido envolvia reconhecer aquilo como uma atitude racista grave. As agressoras ficaram suspensas por tempo indeterminado para que a escola pudesse amadurecer todos os processos de outras sanções eventualmente cabíveis àquela situação”, disse ele.