MPE vê estratégia da defesa e pede transferência de Carlinhos

O Ministério Público Estadual (MPE) pediu à Justiça a transferência do empresário Carlos Alberto Gomes Bezerra para um presídio com maior estrutura, preferencialmente a Penitenciária Central do Estado (PCE), em Cuiabá.

 

Carlinhos, que é filho do ex-governador e ex-deputado federal Carlos Bezerra, está recluso atualmente na penitenciária Ahmenon de Lemos, em Várzea Grande.

 

Carlinhos, como é conhecido, é réu confesso pelo assassinato da sua ex-companheira Thays Machado e do namorado dela Willian Cesar Moreno, em janeiro do ano passado, em Cuiabá.

  

A pergunta que se faz agora é, escolheu esse estabelecimento sabendo que não tinha estrutura do presídio central exatamente para alegar isso em seu benefício???

O pedido foi feito pelo promotor de Justiça Jaime Romaquelli, da 26ª Promotoria de Justiça Criminal da Capital.

 

O objetivo é evitar que a defesa do empresário alegue falta de estrutura necessária na unidade prisional para realização de tratamento médico.

 

É que os advogados de Carlinhos vêm tentando conseguir na Justiça o direito dele cumprir prisão domiciliar ou ser autorizado a sair do presídio para realização de avaliações médicas externas e realização de cirurgias oftalmológica e vascular.

 

No pedido, Romaquelli lembrou que foi a própria defesa que pediu, em audiência de custódia, que o empresário fosse enviado para a Penitenciária Ahmenon de Lemos.

 

“Ou seja, está preso onde escolheu. A pergunta que se faz agora é, escolheu esse estabelecimento sabendo que não tinha estrutura do presídio central exatamente para alegar isso em seu benefício???”, questionou.

 

“Evidentemente, a capacidade de prestação de serviços médicos aos detentos pelo Sistema Prisional não pode ser avaliada a partir de um só estabelecimento, pois o sistema abrange todos os presídios do Estado e é sabido que os estabelecimentos com serviços mais estruturados são a Penitenciária Central do Estado – PCE e os presídios regionais, como o da Mata Grande, em Rondonópolis, e o Ferrugem, de Sinop”, acrescentou.

 

Ainda no pedido, o promotor requereu que caso seja autorizada a transferência, que o empresário seja, primeiro, submetido a atendimento junto ao departamento médico que atende no presídio para verificar se realmente as cirurgias são necessárias. E caso for, se podem ser realizadas dentro da estrutura do sistema prisional.

 

“Caso seja necessária a realização de tais cirurgias fora do sistema prisional, que seja autorizada a escolta do preso, deixando os agendamentos e datas de deslocamento a serem feitos pelo sistema prisional, para realização dos exames prévios e das cirurgias propriamente ditas”, pediu. 

 

Os assassinatos

 

O crime aconteceu no dia 18 de janeiro do ano passado, quando Thais e William saíam do apartamento da mãe dela, no Bairro Consil.

 

Os dois foram surpreendidos pelo empresário, que os esperava do lado de fora e fez os disparos fatais. 

 



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