Quadrilha que invadia bancos tinha serralheiro, olheiro e piloto
A quadrilha alvo da operação North Banks, deflagrada nesta terça-feira (18), atuava no assalto a bancos da região Norte de Mato Grosso com uma separação bem estabelecida das funções de cada integrante.
Existia um serralheiro, que era responsável por fazer o corte dos cofres com equipamentos como esmerilhadeiras, lanças térmicas e outros tipos de equipamentos específicos para fazer essa intrusão nos cofres das agências
Entre as atribuições estavam serralheiros, olheiros e motoristas para a fuga dos assaltantes.
Segundo o delegado Sued Dias da Silva Junior da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), responsável pela operação, os assaltos eram orquestrados por três detentos de cadeias de Sinop e Cuiabá.
“Como existiam três indivíduos presos que estavam orquestrando as ações de dentro das unidades prisionais, foi possível verificar que alguns aparelhos telefônicos continham grupos de WhatsApp, no qual esses indivíduos se reuniam e cada um tinha uma especialidade”, disse.
“Existia um serralheiro, que era responsável por fazer o corte dos cofres com equipamentos como esmerilhadeiras, lanças térmicas e outros tipos de equipamentos específicos para fazer essa intrusão nos cofres das agências”.
Além desse profissional, segundo o delegado, havia os olheiros, que ficavam na parte externa das agências para vigiar a aproximação de policiais, assim como os “pilotos de fuga”, motoristas responsáveis por tirar do local os assaltantes. “Cada um tinha um papel bem definido”, disse.
Modus operandi
Segundo Sued Dias, o modus operandi do bando consistia em duas etapas bem definidas. A primeira era o planejamento do crime, no qual os criminosos compravam ferramentas, abastecimento os carros e “preparavam” o teto da agência para a invasão.
Nessa etapa eram feitos buracos no teto das agências para que posteriormente elas fossem invadidas pelos criminosos.
“No segundo momento ocorria a fase de execução, na qual os veículos levavam os criminosos até a agência, que já tinha o forro e a estrutura do teto comprometidos e ocorria a intrusão por intermédio dessa ação prévia da organização criminosa”, explicou.
Conforme o delegado, essa modalidade se difere na tentativa dos criminosos de passarem despercebidos.
“Por isso a execução do crime é feita de forma que tenha uma etapa pré-existente, que é a danificação na agência bancária para, posteriormente, ser feita a entrada de forma a passarem despercebidos pelas forças de segurança”.
A operação
Os 13 mandados de prisão e sete de buscas foram expedidos pelo juiz Anderson Clayton Dias Batista, da 5ª Vara Criminal de Sinop, especializada em combate ao crime organizado.
As ordens judiciais foram cumpridas nas cidades de Lucas do Rio Verde, Sorriso, Sinop, Tapurah e Cuiabá.
Três suspeitos seguem foragidos da Polícia.
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