Juiz libera celular de advogado morto, mas nega destruir dados

O juiz Jorge Alexandre Martins Ferreira, da 12ª Vara Criminal de Cuiabá, determinou a devolução do aparelho celular do advogado Roberto Zampieri à viúva, Adriana Ribeiro Garcia Bernardes Zampieri. O advogado foi assassinado no ano passado, em Cuiabá.

Os dados constantes do celular da vítima foram copiados e extraídos de forma a integrar aos autos principais

 

O magistrado negou, porém, destruir os dados extraídos do celular e contidos em HD.

 

A decisão é desta segunda-feira (25).

 

Os dados do telefone de Zampieri estão no centro de uma reclamação disciplinar aberta no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) contra o juiz Wladymir Perri, ex-titular da Vara, por supostas irregularidades na condução do inquérito policial que investiga o assassinato.  

 

Na decisão, o juiz afirmou que a apreensão do aparelho não é mais necessária, já que há cópias de todos os dados.

 

“Os dados constantes do celular da vítima foram copiados e extraídos de forma a integrar aos autos principais, sobremaneira das provas que interessam e se referem ao homicídio praticado contra a vítima, além disso encontram-se à disposição das partes para que se tiverem interesse procedam a extração necessária, mediante a apresentação de aparelho para gravação (HD)”, escreveu.

 

“De outra banda, os demais dados também foram extraídos do aparelho celular, e como é de meu conhecimento há uma cópia reserva, um backup completo junto a Diretoria de Inteligência de Polícia Civil e outra no CNJ, atendendo a determinação daquele conselho”, acrescentou.

 

Apesar de nega a destruição do HD, o magistrado frisou que as partes não terão acesso total aos dados copiados, apenas às informações que dizem respeito ao homicídio.

 

“Deixo claro à Requerente que não foi e não será concedido acesso indistintamente aos dados copiados do celular por qualquer das partes envolvidas no processo, ficando restrito apenas e tão somente aos dados relativos ao homicídio; novamente ressalto que tão somente aos dados extraídos que dizem respeito ao homicídio, serão disponibilizados as partes”, afirmou.

  

O crime

 

Zampieri foi assassinado na noite de 5 de dezembro, quando deixava seu escritório no Bairro Bosque da Saúde. Ele havia acabado de entrar em seu carro, um Fiat Toro, quando foi surpreendido pelo assassino e baleado dez vezes.

 

Além do coronel, também são réus pelo crime e estão presos o empresário Hedilerson Fialho Martins Barbosa, acusado de ser o intermediário, e o pedreiro Antônio Gomes da Silva, que confessou ter atirado e matado a vítima.

 



Mídia News