“Estamos tirando o foco principal, que combater os estupros”

A deputada federal Gisela Simona (União) afirmou que a Câmara Federal tira o foco do problema principal ao discutir o projeto de lei que equipara a homicídio o aborto após as 22 semanas de gestação, ao invés de combater os estupros no Brasil.

 

É inaceitável que a cada oito minutos uma mulher seja estuprada e não se tenha isso como prioridade

O PL tramite em regime de urgência e já conta com apoio de 56 deputados federais.

 

A proposta foi mal recebida pela maioria da população, pois indica que mulheres podem pegar até 20 anos de prisão caso pratiquem o aborto após o tempo estipulado, mesmo em caso de estupro, tendo uma pena máxima maior do que a do próprio estuprador.

 

“Um PL que nasce errado é muito difícil consertar. A todo momento vejo os próprios autores do projeto tentando fazer remendos. Nós estamos tirando o foco do principal, o que nós brasileiros precisamos focar é no fim ou na diminuição do estupro no Brasil”, afirmou à imprensa.

 

“É inaceitável que a cada oito minutos uma mulher seja estuprada e não se tenha isso como prioridade”, completou.

 

Gisela defende que seja criado um grupo de trabalho para estudar o mérito do projeto. Segundo ela, para a proposta entrar ou não em pauta no plenário, é necessário haver estudos sobre o assunto e os deputados buscarem um consenso sobre o assunto.

 

A deputada também fez críticas ao colega de partido, deputado federal Coronel Assis (União), que se juntou à lista dos parlamentares que demonstraram apoio ao projeto.

 

“O Assis é homem, não me assusta muito a conduta dos homens quando eles querem falar ou dispor sobre os corpos das mulheres. Isso é muito ruim. Acho que antes eles poderia minimamente escutar mais antes de tomar um posicionamento nesse sentido”, disse.

 

“Sou uma mulher contra o aborto, mas acredito que em pautas como essas temos que ouvir aquelas pessoas que mais são afetadas nesse tipo de condição; e quem é afetada é a mulher. Então, acredito que a voz desse tipo de projeto de lei tem que ser das mulheres”.

 



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