Justiça nega domiciliar a empresário que aguarda transplante

O juiz Jean Garcia de Freitas Bezerra, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, negou conceder prisão domiciliar para o ex-servidor da Câmara de Vereadores de Cuiabá e empresário William Aparecido da Costa Pereira, conhecido como ‘Gordão’, alvo da Operação Ragnatela. A decisão é desta sexta-feira (23).

 

Deflagrada em junho pela Ficco/MT (Força Integrada de Combate ao Crime Organizado), a ação investiga a suspeita de um esquema de lavagem de dinheiro de uma facção criminosa na Capital por meio da compra de casas noturnas e realização de shows.

 

A defesa do empresário pediu a substituição da prisão sob argumento de que ele é portador de deficiência visual em ambos os olhos. Alega que o único tratamento para o olho esquerdo é a realização do transplante de córnea, razão pela qual se inscreveu no Sistema Nacional de Transplantes (SNT).

 

Segundo a defesa, desde que foi preso, o empresário já foi convocado duas vezes pela Gerência de Acompanhamentos e Controle de Transplantes (GEACTR) da Secretaria de Estado de Saúde (SES) para ser submetido ao procedimento, o que não foi realizado justamente pela privação de sua liberdade.

 

“Argumenta que a GEACTR convoca os pacientes apenas três vezes, de modo que a urgência do tratamento e a impossibilidade de realizá-lo na unidade penitenciaria justificam a substituição da prisão preventiva por domiciliar”, diz trecho do pedido.

 

Na decisão, o juiz afirmou que não há comprovação de que tenha sido negado ao réu o direito à saúde dentro do Sistema Prisional.

 

“Desta feita, não se visualiza, ao menos não com base na documentação anexa aos autos, a impossibilidade de tratar das enfermidades do Requerente dentro do próprio estabelecimento prisional, não sendo possível presumir, à míngua de maiores elementos de prova, a imprescindibilidade da conversão da prisão preventiva em domiciliar”, decidiu.

 

A operação

 

Além de William, também foram alvos os também ex-servidores da Câmara promoters Rodrigo Leal e Jardel Xavier, os empresários Clawilson Almeida Lacava, o “Gauchinho”, e Agner Luiz Pereira de Oliveira, e o ex-jogador de futebol João Lennon Arruda de Souza.

 

E ainda Joadir Alves Gonçalves, vulgo “Jogador”, Joanilson de Lima Oliveira, vulgo “Japão”,  Ana Cristina Brauna Freitas, Kamilla Beretta Bertoni, Lauriano Silva Gomes da Cruz, Matheus Araujo Barbosa, Rafael Piaia Pael,  e Wilson Carlos da Costa.

 

Todos são réus pelos crimes de lavagem de dinheiro e organização criminosa. 



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