Veja 4 hábitos que você comete no carro e que põem vida em risco
Muitos têm hábitos dentro do carro que parecem inofensivos, mas na verdade trazem risco de ferimentos graves e até fatais aos ocupantes.
Sabendo disso, as montadoras informam no manual do veículo as práticas que nunca devem ser adotadas dentro da cabine enquanto o veículo está em movimento.
O brasileiro não tem o hábito de ler manuais, entretanto vale a pena investir algum tempo para verificar orientações que tratam de aspectos fundamentais como uso de equipamentos e segurança a bordo.
Veja quatro hábitos errados que você deve evitar a qualquer custo:
1 – Colocar os pés sobre o painel
Esse é um costume bastante comum, capaz de causar lesões graves em caso de colisão.
Se o carro for equipado com airbags frontais, obrigatórios em carros novos desde 2014, o risco é multiplicado: a força e a rapidez com as quais a bolsa é inflada podem provocar uma fratura severa nas pernas.
Por essa razão, todo o manual do proprietário salienta que os locais de deflagração dos airbags nunca podem estar obstruídos – seja pelo próprio corpo ou por qualquer objeto.
Essas áreas são demarcadas pela palavra “airbag”.
“Manter sempre os pés na área para os pés durante a condução. Nunca colocar os pés, por exemplo, sobre o assento ou sobre o painel de instrumentos e nunca mantê-los para fora do veículo. Do contrário, o airbag e o cinto de segurança podem não proteger, aumentando o risco de ferimentos em um acidente”, informa o manual do Volkswagen Nivus.
O manual do Renault Sandero faz outra orientação, específica para o motorista:
“Nunca cubra a almofada do volante e nunca fixe qualquer objeto [mola, logotipo, relógio, suporte de telefone celular, etc] sobre a almofada”.
2 – Reclinar demais o encosto com cinto afivelado
Em 1994, o jogador de futebol Dener, então contratado pelo Vasco, morreu no Rio de Janeiro quando seu Mitsubishi Eclipse bateu a cerca de 60 km/h em uma árvore.
Apesar da velocidade relativamente baixa, o atleta morreu instantaneamente. Ele estava dormindo no banco dianteiro do passageiro, com o encosto totalmente reclinado.
Toda a força do impacto foi transferida para o pescoço de Dener, que estava coberto pelo cinto.
Os manuais alertam sobre o uso correto do cinto de segurança.
“Nunca inclinar o encosto do banco muito para trás”, ensina o manual do Nivus.
“Nunca viaje com um encosto reclinado quando o veículo estiver em movimento”, faz coro o livreto que acompanha o Hyundai HB20.
Da mesma forma, o encosto dianteiro não pode ficar excessivamente perto do painel, de forma a permitir o enchimento correto dos airbags frontais.
A bolsa nunca deve atingir o corpo enquanto ela é inflada; o esperado é que ela amorteça o impacto apenas no momento em que já está esvaziando.
“Não dirija em uma posição muito próxima ao volante: adote uma posição de condução com os braços ligeiramente dobrados. Nesta posição é assegurado um espaço suficiente para um correto enchimento do airbag”, indica o manual do Sandero.
3 – Cadeirinha no banco da frente com airbag ativo
A legislação de trânsito proíbe o transporte de crianças com idade inferior a dez anos no banco da frente.
É aberta exceção no caso de veículos equipados apenas com dois assentos, com o uso do dispositivo de retenção adequado ao seu peso e altura.
Nesse caso, as montadoras orientam a usar o assento frontal do passageiro apenas se houver a possibilidade de desativar temporariamente o airbag.
Isso acontece porque a força e a velocidade de ativação da bolsa podem causar ferimentos fatais em passageiros com tão pouca idade.
“Não coloque um sistema de proteção infantil voltado para trás no banco equipado com airbag. Se for inevitável a instalação de um sistema de proteção infantil voltado para trás no banco do passageiro dianteiro, você deve desativar manualmente o sistema de airbag do passageiro dianteiro, usando a chave”, informa o manual do Honda Fit.
Existe uma luz de alerta informando se o airbag foi efetivamente desativado.
4 – Tirar o pé do freio quando o ABS é ativado
Item obrigatório em carros novos desde 2014, juntamente com os airbags frontais, o ABS previne o travamento total das rodas em caso de frenagem brusca, ajudando a evitar seu respectivo deslizamento.
Quando o ABS é ativado, sente-se uma vibração no pedal do freio, que é normal. Quem ainda não está acostumado, associa o efeito a algum problema e tende a aliviar o pé ou “bombear” o freio.
Esse é outro hábito errado, pois torna ineficaz o recurso de segurança.
“Você nunca deverá bombear o pedal do freio. Deixe o ABS trabalhar por você, mantendo uma pressão firme e constante no pedal”, ensina o manual do Fit.
“O sistema ABS quando ativado provoca vibrações. Essas vibrações são normais e ao senti-las, prossiga normalmente com o procedimento de frenagem. Não alivie a pressão no pedal caso sinta vibração, a menos que tenha a intenção de reduzir ou mesmo abortar a frenagem”, complementa o livreto.